sábado, 30 de junho de 2012

Dos encontros no supermercado


Como fazer compras no supermercado


Saí de casa já ao fim de tarde. Primeiro para tomar um café porque a falta de cafeína no meu organismo provoca-me dores de cabeça que não passam só com comprimidos. Depois aproveitei para dar uma caminhada e ir até ao supermercado comprar umas coisas que me faltavam.
Perdi-me no meio da fruta a pensar se levaria 2 quilos de cerejas ou não (não dava para comprar de outro modo senão caixas de 2 quilos). A dependência de cerejas está a preocupar-me! Fui dar mais uma volta a pensar no assunto. Nisto observo uma figura pública ao meu lado, com a família e a dizer que hoje era para levar uns tomatinhos e uma saladinha. Gosto de gente normal. Simples. Pouca ou nenhuma presunção, nem na forma de estar nem na forma de falar.
Estava eu perdida a pensar nisto e nos quilos de cereja e se devia comprar ou não, quando se dirige a mim um amigo que não via há imenso tempo. Deu-me um grande abraço e dois beijos repenicados. Fui ter com a mulher dele e o filho deles que está lindo, simpático e super amoroso.
Ficámos à conversa em pleno supermercado enquanto eu me metia com o baby. Como sempre lamentámos o tempo que passamos sem nos ver. Porque nunca há tempo. Porque nunca podemos todos. Porque trabalhamos muito. Porque estamos cansados. Porque isto e porque aquilo.
Nisto falámos de uma amiga nossa de quem não sabemos nada há muito mas muito tempo. Diz-me o meu amigo: Eh pá se calhar casou-se. E eu respondo: e desaparece porque se casou? E responde ele, com uma das suas respostas típicas: mas tu não sabes que os casamentos são como os pensos higiénicos? Muito absorventes! Não consegui. Larguei uma gargalhada em pleno supermercado. Pela resposta, pela maneira como foi dita e sobretudo pela veracidade da questão. Não são as pessoas que se absorvem nos casamentos, mas é o casamento que absorve as pessoas. Não que eu saiba é claro, mas já assisti de primeira fila a casamentos absorvidos neles próprios. Casamentos tão absorvidos neles próprios que os outros cabem apenas nos intervalos. Felizmente estes meus amigo não se incluem na categoria dos pensos higiénicos.
Ficámos mais um pouco à conversa. Despedimo-nos com a promessa de que agora vai ser diferente, que vamos encontrarmo-nos mais vezes. E despedi-me com um sentimento saudoso dos momentos partilhados, das conversas infinitas, das parvoíces, dos desgostos, das noitadas, dos jantares e tantas, tantas outras coisas...

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