sábado, 30 de junho de 2012

Daquilo que amamos



Comprei ontem o último livro da Helena Sacadura Cabral. Numa das suas crónicas descreve uma situação que partilhou com uma amiga dela (*). Estavam as duas juntas quando se cruzam com o homem que ocupou, sem quebras, o coração da amiga durante 30 anos. Passados estes anos todos deparam-se com um homem gordo, careca, desmazelado, que passara 15 anos preso no estrangeiro. Embora em silêncio não conseguiram esconder a surpresa e a decepção. A amiga diz-lhe: 30 anos da minha vida Helena, 30 anos à espera deste homem que acabaste de ver...!
Quando acabei de ler o texto não consegui evitar lembrar-me  de uma frase de Fernando Pessoa, que sublinhei há muito tempo no Livro do Desassossego e que diz: Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente a ideia que fazemos de alguém. E se há dias em que esta concepção me passa ao lado, outros há em que entendo o que está por trás desta frase. Às vezes não sei se aquilo que se ama é a própria pessoa ou a conceptualização que se faz da pessoa, a ideia que nós próprios construímos de alguém. Aquilo que acabamos por gostar nos outros é aquilo que mais nos agrada e que, de um modo egoísta, nos faz sentir bem e confortáveis. Acrescenta Fernando Pessoa que afinal, é a nós mesmo que amamos. E não será a nós mesmos que amamos quando amamos nos outros coisas que nós próprios valorizamos?
Às vezes, e não são raras essas vezes, acho que amo mesmo as possibilidades. As possibilidades do que poderia ter sido, as possibilidades do futuro. As possibilidades que nunca passarão disso mesmo, de possibilidades.


(*) in: Aquilo em que eu acredito

Coisas que continuam a animar




Dois quilos de cerejas só para mim. Um quilo já não me chega!

Dos encontros no supermercado


Como fazer compras no supermercado


Saí de casa já ao fim de tarde. Primeiro para tomar um café porque a falta de cafeína no meu organismo provoca-me dores de cabeça que não passam só com comprimidos. Depois aproveitei para dar uma caminhada e ir até ao supermercado comprar umas coisas que me faltavam.
Perdi-me no meio da fruta a pensar se levaria 2 quilos de cerejas ou não (não dava para comprar de outro modo senão caixas de 2 quilos). A dependência de cerejas está a preocupar-me! Fui dar mais uma volta a pensar no assunto. Nisto observo uma figura pública ao meu lado, com a família e a dizer que hoje era para levar uns tomatinhos e uma saladinha. Gosto de gente normal. Simples. Pouca ou nenhuma presunção, nem na forma de estar nem na forma de falar.
Estava eu perdida a pensar nisto e nos quilos de cereja e se devia comprar ou não, quando se dirige a mim um amigo que não via há imenso tempo. Deu-me um grande abraço e dois beijos repenicados. Fui ter com a mulher dele e o filho deles que está lindo, simpático e super amoroso.
Ficámos à conversa em pleno supermercado enquanto eu me metia com o baby. Como sempre lamentámos o tempo que passamos sem nos ver. Porque nunca há tempo. Porque nunca podemos todos. Porque trabalhamos muito. Porque estamos cansados. Porque isto e porque aquilo.
Nisto falámos de uma amiga nossa de quem não sabemos nada há muito mas muito tempo. Diz-me o meu amigo: Eh pá se calhar casou-se. E eu respondo: e desaparece porque se casou? E responde ele, com uma das suas respostas típicas: mas tu não sabes que os casamentos são como os pensos higiénicos? Muito absorventes! Não consegui. Larguei uma gargalhada em pleno supermercado. Pela resposta, pela maneira como foi dita e sobretudo pela veracidade da questão. Não são as pessoas que se absorvem nos casamentos, mas é o casamento que absorve as pessoas. Não que eu saiba é claro, mas já assisti de primeira fila a casamentos absorvidos neles próprios. Casamentos tão absorvidos neles próprios que os outros cabem apenas nos intervalos. Felizmente estes meus amigo não se incluem na categoria dos pensos higiénicos.
Ficámos mais um pouco à conversa. Despedimo-nos com a promessa de que agora vai ser diferente, que vamos encontrarmo-nos mais vezes. E despedi-me com um sentimento saudoso dos momentos partilhados, das conversas infinitas, das parvoíces, dos desgostos, das noitadas, dos jantares e tantas, tantas outras coisas...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Conspira universo, conspira!




Todos os dias espero que o universo conspire a meu favor e me dê um sinal que aquilo que quero e preciso chegue a mim de uma maneira que me transcenda. De tal modo que me coloque em órbita e que me encaixe no verdadeiro sítio. Aquele sítio em que tudo passará a fazer sentido. Aquele sítio que não me permita perguntar porquê nem porque não. Aquele sítio que afogue as amarguras que acumulo diariamente. Aquele sítio que fará de mim uma pessoa melhor.





Coisas que animam



Um kilo de cerejas só para mim é coisa que me anima ao longo do dia. São umas atrás das outras!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Daquilo que (des)merecemos

Nunca entendi muito bem o porquê das pessoas dizerem às outras, em tom de consolo que estas não merecem o que estão a passar. Mas não merecem porquê? Mas há quem realmente mereça? É que o 'cá se fazem, cá se pagam' não serve a todos. E não é assim tão taxativo.
Se o mundo se dividisse entre as boas e as más pessoas e as consequências fossem distribuídas consoante as boas e as más acções eu entendia o porquê de as boas pessoas não merecerem coisas más. E concordo que não mereçam. Mas por este ponto de vista as pessoas más também não merecem coisas boas e ninguém lhes diz que não merecem.
Eu não sei, mas temo para mim que o facto de acharmos que não merecemos as coisas é meio caminho de atraso para a solução das coisas (pelo menos para aquelas coisas que até têm solução).
Não vejo quem mereça uma doença grave, não vejo que mereça um acidente de carro, não vejo quem mereça o peso da solidão, não vejo quem mereça o não ter o que comer. (Bom até vejo uma ou outra pessoa sim, que merecesse algum destes mimos), mas regra geral os pedregulhos que se nos colocam no nosso caminho não estão lá para nos questionarmos se merecemos ou não. Há coisas injustas, há sim senhor! que não merecíamos, não não merecíamos. Mas bolas, há tanta gente na mesma situação que achar que estamos sozinhos e injustiçados no meio desta confusão, só faz de nós menos capazes de a digerir.
Digo eu que acabei de ler este post e fiquei com a estranha sensação que foi retirado de um daqueles livros de auto-ajuda... mas vá, tenho ditto.

Das boas séries televisivas - questões que não entendo

Anatomia de Grey


Porque é que na Anatomia de Grey eles só têm amigos médicos e quase nada se sabe das famílias dos protagonistas?
Porque é que se apaixonam uns pelos outros como se fossem as últimas Coca-Colas do deserto?
Porque é que enquanto operam as pessoas discutem os seus problemas romântico/pessoais?
Porque é que no meio de tanta desgraça hospitalar conseguem sempre retirar uma lição de vida que aparentemente resolve os seus problemas românticos/pessoais?
Porque é que quando saem do hospital vão ao bar mesmo ao lado ou estão em casa?
Porque é que ficam sempre sexys, lindos e maravilhosos dentro das batas mesmo que lá passem mais de 24 horas?
Porque é que os elevadores demoram sempre quinhentos anos a chegar ao andar quando a conversa é importante?
Porque é que apanham sempre o mesmo elevador quando os hospitais estão cheios deles?

domingo, 24 de junho de 2012

O diabo mora nos detalhes

Há um ditado alemão que diz que o diabo mora nos detalhes. E é que mora mesmo. A grandeza das coisas às vezes não serve de nada. Lembro-me desta situação quando quero tirar um café na máquina e apesar de ter uma nota de 20 euros na carteira só preciso de uma moeda de cinco cêntimos.
O mesmo se aplica às relações humanas: se eu só preciso de 5 cêntimos para quê tentar comprar-me com uma nota de 20 euros?

No mesmo sítio daqui a um ano



Olhando com mais atenção o mundo da blogosfera, uma das coisas que mais gosto de fazer é ir ao inicio do blog de alguém e ir acompanhando os posts por aí fora até à actualidade (dos poucos blogs que acompanho obviamente). Gosto de ver como as coisas mudam, como as coisas improváveis acontecem. Por isso não me arrependi ainda te ter criado o meu blog. Daqui a um ano ou dois vou gostar de rever onde é que eu estava, em todos os sentidos, em determinada altura da minha vida. E assim escrito e testemunhado é mais fácil perceber o quanto as coisas mudaram ou não!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Das pequenas coisas grandes

Hoje dei com uma amiga minha a almoçar, na sala de refeições do local de trabalho,  e a chorar para dentro da tigela de sopa. Enquanto metia a colher de sopa na boca caíam-lhe as lágrimas, uma por uma, para dentro da tigela enquanto ela tentava desesperadamente disfarçar as emoções.
Não quis falar muito sobre isso, que eram dias maus e eram coisas pessoais. Não insisti, mas dei-lhe um abraço grande  e fi-la lembrar-se que é grande.
Mas essa grandeza não cabe a todos, também lho disse. E senti em boa verdade quando ela me diz que está tudo perfeitamente alinhado para correr mal. E que este ano começou mal e que só piora e que a as decepções são constantes.
Até podia dizer que tudo passa e tudo vai ficar bem e bonito, mas soa-me tanto a cliché que não disse nada. Mas cá dentro continua a fazer-me certa confusão que exista sempre gente feliz à custa da infelicidade dos outros e isso nem lhes aquece nem lhes arrefece. E está tudo bem, porque afinal viemos a este mundo para sermos felizes e portanto vale tudo e mais um par de botas. E não consigo deixar de sentir este sentimento de injustiça, mesmo quando (e sobretudo) não é comigo.


Diz que para a semana fritamos

Diz que para a semana a temperatura sobe a modos que vamos ter quase 40 calores. Diz que eu tenho que planear bem a semana para conseguir conciliar reuniões de trabalho, o jogo de Portugal e respectiva vitória, praia e sol e copos e amigos. Estabelecer prioridades em primeiro lugar, mas desta vez em função do tempo que vai fazer ;)))

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Diz que amanhã começa o Virão

Diz que sim, que é amanhã, ou melhor que é hoje por volta das 23 e pouco que ele chega. Felizmente. Que venha para ficar uns bons tempos porque tudo é muitoooo mais lindo no Virãooo.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Ele há coisas...

Ele há dias que descubro coisas novas no caminho que faço todo o santo dia. E fico a pensar como é que essas coisas apareceram de repente ali, sem eu dar por nada. Caindo em mim vejo que as coisas já lá estavam desde sempre, mas eu nunca tinha olhado com a devida atenção.
Só para dizer que ele há dias em que me acontece o mesmo com as pessoas.
Diz que sim, que tenho um feitio esquisito. E não é que convivo comigo há mais de 30 anos e nunca dei por nada?

segunda-feira, 18 de junho de 2012

The perfect land

Peço por favor que me mandem ir viver para o mundo do facebook. Pleaseeeeee! Lá, onde toda a gente é feliz! Lá, onde se tem milhentos amigos e mais uns conhecidos. Lá, onde se pode gostar de tudo e mais alguma coisa, pode até deixar-se de gostar, mas nunca, nunca 'não gostar' de alguma coisa. Lá onde o compromisso é selado à séria, podendo variar entre uma relação simples e uma mais complicada! Lá onde posso recorrer a ajuda espiritual e ânimos colectivos. Lá onde posso torcer pela selecção, pelos partidos políticos e pela defesa dos animais. Lá, onde posso agir civicamente sem mesmo sair do sofá, já que fora do facebook nenhuma destas questões me interessa. Lá onde todos me podem dar os parabéns, mesmo que metade das pessoas nem se lembre que faço anos. Lá onde posso socializar de graça. Lá onde descubro que o amigo do amigo do amigo, meu amigo é. É para lá que eu me vou transportar. E rapidamente!

Embora pareça ainda não fechei a minha conta. Há coisas que ainda me fazem falta e que só existem lá, mas ando a procurar alternativas.

Onde andas tu classe média?

Onde andas tu classe média que desapareceste juntamente com os subsídios de férias e de Natal? Onde andas tu classe média que chamaste aos teus filhos Matilde, Bernardo, Martim, Constança e Tomás? Onde andas tu classe média que tatuaste o nomes dos teus filhos um pouco pelos tornozelos, braços e antebraços, costas e ombros? Onde andas tu classe média que substituíste o Fiat Punto pela carrinha familiar onde cabem os dois filhos e mais três a serem planeados? Onde andas tu classe média que empenhaste as jóias de família para viajares até Vilamoura, que Quarteira já não dá para ti? Onde andas tu classe média que colocaste nos cartões multibanco o Dr. antes do nome? Onde andas tu classe média que passeias nos shoppings ao fim de semana só pelo prazer de parecer. Onde andas tu classe média que compras casas grandes nos sítios mais chiques dos arrabaldes? Onde andas tu classe média que o metro e a Carris sentem a tua falta? Onde andas tu classe média que te empregas, mais do que trabalhas? Onde andas tu minha querida? Onde quer que estejas, volta! Estás perdoada!

Getting old and insane

Ai caraças que isto da idade também me anda a dar para o romantismo. Têm-me passado pela cabeça coisinhas tão românticas e tão fofinhas que assim que as verbalizo tenho alguns pares de olhos a olhar para mim e a dizer: WTF?
Espero que seja passageiro, assim como as chuvas de Junho que isto preocupa-me a sério. Pelo andar da carruagem qualquer dia ponho este blog cor-de-rosinha com borboletas e flores e vou à procura de fotos de vestidos de noiva e anéis de noivado e cartazes com dizeres do género: Casa comigo!
E é que não tenho nada contra isso, juro que não tenho, mas é que nunca se conjugou comigo. Acho que vou ali escrever para a Maria e perguntar: será que estou a ficar insana??? Caraças!

domingo, 17 de junho de 2012

Dos domingos deprimentes

Pior que um domingo deprimente só mesmo um domingo deprimente ao som de Adele, James Blunt e André Sardet todos a cantar ao mesmo tempo e seguidinhos! Aí é que eu começava a cortar os pulsos com uma colher de café... Bem devagarinho... E acho que mesmo assim era capaz de doer menos!

sábado, 16 de junho de 2012

Getting old

Sei que estou a ficar velha quando ouço as minhas alunas a falarem entre elas das 'cotas de 30 e tal anos'. Sei que estou a ficar velha quando reparo que o tempo passa muito rápido. Sei que estou a ficar velha quando deixo de contar os cabelos brancos que já me apareceram e opto por pintar o cabelo todo. Sei que estou a ficar velha quando fico sozinha e me sinto mesmo sozinha. Sei que estou a ficar velha quando demoro dois dias a recuperar de uma directa. Sei que estou a ficar velha quando entro na Berska e na Pull e penso que já não tem assim tanta roupa para a minha idade. Sei que estou a ficar velha quando a merda do metabolismo se vira contra nós e se torna ainda mais lento. Sei que estou a ficar velha quando bufo para o ar em sinal de impaciência. Sei que estou a ficar velha quando já me queixo de uma dor ou outra. Sei que estou a ficar velha quando já não me sobra paciência para problemas da treta e conversas superficiais. Sei que estou a ficar velha quando começo a ir a festas de anos das criancinhas filhas dos meus amigos. Sei que estou a ficar velha e não gosto nada, mas mesmo nada desta sensação.
Como é que o universo conspirava antigamente quando não havia telefones, nem telemóveis, nem mails nem facebook nem nada?

Coisas que me comicham #2

Que se armem em cavalheiros e me abram a porta para eu entrar e sair dos sítios. E fazem o mesmo quando entro no carro. E puxam a cadeira para me sentar! Eu tenho duas mãos... que mexem e funcionam!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Diz-me do que te gabas, dir-te-ei o que te falta

Desconfio sempre, ou quase sempre de pessoas que gabam as suas características/virtudes e as exaltam com grande orgulho, mesmo que essas características/virtudes as denunciem mais do que as vangloriem. Não querendo generalizar, mas já generalizando se as pessoas tiverem mesmo essa característica não precisam de a apregoar a toda a gente para que toda a gente possa validar e corroborar dessa imensa virtude. Vou tentar enunciar as que mais me irritam:
- Sou uma pessoa muito sincera, directa e frontal. Estas três características podem aparecer juntas ou em separado, mas têm sempre um objectivo: demonstrar que a pessoa é de uma transparência tal que não há dúvida nenhuma sobre o que a pessoa pensa. Geralmente confunde-se sinceridade com boa educação e a diferença está no facto de a minha opinião ser ou não solicitada. Se for solicitada posso então responder sinceramente à pessoa, se não for tenho o dever de guardar a opinião para mim já que isso poderá não acrescentar nada à pessoa (aqui devia imperar o bom senso, mas esta característica pouco ou nada se coaduna com a anterior). Ora este tipo de pessoas costuma também fazer um bom uso da sua liberdade de expressão para proferir todo e qualquer disparate já que pode dizer tudo o que se pensa. Hummmm.... Deixa-me pensar!!! Pois, devia coexistir o direito de expressar opiniões ao mesmo tempo que existia um direito de sentenciar com um murro na cabeça a pessoa que diz o que apetece.
- Eu sou assim. Pois já deu para perceber. Geralmente, para aligeirar o mau feitio, arranja-se a desculpa do eu sou assim. Só me faz lembrar a musiquinha da Gabriela: Eu nasci assim, eu cresci assimmmmm, sempre Gabrielaaaaaaaaaaaaa!! É triste achar-se que não se pode mudar e que o ser assim é irreversível!
- Sou muito amigo do meu amigo. E pergunto-me: o que é ser muito amigo do seu amigo? É dizer que se é muito amigo? Gostar muito da pessoa? Fazer coisas bonitas com a pessoa? Hummm, desconfio até porque a pessoa indicada para nos dizer se somos amigos do amigo é mesmo o amigo!

Assim assim de repente e com um cansaço enorme não me lembro de mais nenhuma, até porque estas são mesmo as que me irritam mais, pela ordem em que estão descritas. A todo o momento actualizo este apontamento.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

E os opostos atraem-se? Atraem-se, mas não se aturam!

Ah e que tal dares uma oportunidade?

Às vezes ouço este sábio conselho do: 'E que tal dares uma oportunidade ao fulano W ou Y? Ele tem um bom emprego, até é engraçado, inteligente'.
Ah bom! Porque é que eu não pensei nisso antes? Afinal a resolução está no 'dar uma oportunidade'. Pois meus caros oportunidades temos muitas na nossa vida: vamos ao supermercado e vimos uma bela promoção. Eis uma oportunidade de comprar por metade do preço. O Pingo Doce que o diga. Vamos aos saldos e vimos aquele casaco carrérrimoooo a um terço do preço. Eis outra oportunidade. Telefonaram-nos para uma vaga num emprego até bonzinho. Mais outra oportunidade. Apanhamos boleia do nosso colega porque até vai para o mesmo sítio que nós. Ora outra oportunidade.
Agora darmos oportunidades para uma relação baseado nos requisitos socialmente aceitáveis? Menos, muito menos. É que eu nem sinto química nenhuma, nem me sinto atraída e acho que nem temos assim tantas afinidades, mas talvez seja uma boa oportunidade! E então as borboletas no estômago e as saudades desmesuradas e o coração a palpitar e a fome que deixamos de ter e tudo e tudo e tudo? Onde cabem essas coisas todas? É que onde não há não cresce, não vale a pena!
Ando a ponderar seriamente se fecho a minha conta no facebook ou não. Já me aborrece a mesmíssima coisa em que se tornou a rede social. E fazendo o balanço entre os prós e os contras de a manter, os contras vão em vantagem. Já me cansam as frases feitas, os comentários mais ou menos depreciativos, os estados de felicidade/tristeza/amargura/raiva/ostentação que os queridos facebokianos apresentam. E falo também por mim, que não resisto a pôr, de vez em quando umas coisas mais ou menos interessantes. De qualquer modo acabo sempre por ir espreitar os estados alheios numa curiosidade diária que me leva sempre à mesma conclusão: não me acrescentou nada. Bom, por agora fiz greve de consulta ao facebook, numa de ponderação. Posteriormente logo se vê.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Coisas que me comicham #1

Quando me dizem: espera um bocadinho, não te esqueças onde vais, mas tenho que te contar esta.

Dá para ouvir o que tenho para dizer já que estávamos a falar sobre MIM? É óbvio e claro como água que provavelmente me vou esquecer do que ia dizer. Perco logo o interesse de continuar o que estava a dizer e acabo sempre por me calar e ouvir...







Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as coisas humanas postas desta maneira,
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seriam melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as coisas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!

                                          Alberto Caeiro



Todos os dias servem para homenagear este Senhor, mas não podia deixar de o fazer no dia do seu aniversário. Um bem haja ao dia em que Ele e todos os que nele habitaram, nasceu.
Às vezes o peso das nossas decisões e das nossas opções cai-nos em cima como já não esperávamos que caísse. Apercebi-me disso hoje. Normalmente sou uma pessoa ponderada. Naquele caso acho que não fui. Podia ter tido a capacidade de prever as consequências das minhas escolhas e teria evitado sentir-me, mais uma vez, como me sinto hoje. E todas as vezes que me sentir assim servem para mostrar que ainda não aprendi o que devia ter aprendido e não agi como já devia ter agido.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Be yourself uma ova!!!

De tanta frase feita que leio ultimamente, ainda há uma ou outra que me faz rir. Esta foi uma delas e não posso deixar de concordar inteiramente. O 'sê tu próprio' já caiu em desuso. Devo ter ouvido esta frase milhentas vezes nos reality show's como forma de os concorrentes apregoarem a sua transparência, a sua sinceridade e a sua lealdade com o público.
Ora pois que há pessoas (veem como emprego o cliché do 'há pessoas que...) que o melhor mesmo é não serem elas próprias. Oh pá inventem outra coisa, disfarcem-se, pintem outro cenário, porque a serem elas mesmas é uma desgraça. É vê-las dizerem disparates, é vê-las serem incongruentes, é vê-las serem dissimuladas, é vê-las serem incompetentes. Por favor, a estas pessoas um pedido especial: Don't be yourself!


Tenho um defeito grande a assumo-o: não chego cedo a lado nenhum. Não consigo cumprir horários com a precisão inglesa. Mas calma lá, também não me atraso assim muitooooo. De qualquer modo é um atraso. E isto acontece porque? Exactamente, eis a questão. Já pensei nisso muitas vezes a chego à conclusão que a minha noção de tempo é muito diferente do comum dos mortais. Também para mim as horas têm 60 minutos e os minutos 60 segundos, mas do meu ponto de vista, e só para mim, eles demoram muito mais tempo a passar do que para as pessoas normais. E como demoram (?!!!) muito mais tempo a passar, eu acho que posso incluir nesses segundos/minutos/horas imensas tarefas. Mais a mais, faço outra coisa genial que é pôr o despertador a tocar mais cedo para poder cumprir tudo. Ora, claro que depois fico na ronha, claro que não consigo fazer tudo o que quero, claro que stresso, mas sempre na esperança de conseguir cumprir o planeado.
O meu dia hoje começou assim e do que tinha planeado só consegui ir à farmácia e à lavandaria e só cheguei 5 minutos atrasada ao trabalho. Obviamente que tinha mais coisas para fazer e obviamente não as cumpri.
Podia ter aprendido a lição, mas isto é prática que se desenvolve e refina com o passar dos anos. Já não há nada a fazer. Todo o santo dia renasce em mim a esperança que os minutos passem a ter 120 segundos e que eu possa, finalmente, fazer tudo como planeado!



Acabei de ver, talvez pela terceira vez, o filme 'O Sexo e a Cidade I'. Vejo-o sempre como se fosse a primeira vez e com a mesma emoção. Adoro. Ponto! Não vale a pena. Sim eu sei que é um filme, que é ficção, que é tudo demasiadamente exagerado e que não pode nem deve ser comparado à realidade. Don´t care! Gosto na mesma. Adoro a partilha, adoro o companheirismo, adoro a busca incessante pelo amor numa cidade de desconhecidos, adoro as dúvidas e os problemas existenciais e adoro sobretudo que acabe bem. Sim, que acabe bem. Para tudo o que seja 'não-ficção' temos a nossa realidade e basta!

domingo, 10 de junho de 2012

Dos domingos que me matam







E mais um domingo na minha agenda! Dia oficial da procrastinação e da nostalgia. Nunca gostei de domingos e curiosamente iniciei este blog num domingo e com uma nota sobre a neura de domingo. Hoje não é excepção. Acordei com uma grande tristeza e com sentimentos de inutilidade. Felizmente não posso dizer que tenha grandes problemas na minha vida. Saúde não me falta, os amigos vão estando por perto, o trabalho que já esteve pior, agora está a compor-se. E apesar disto é inevitável o vazio enorme que sinto dentro de mim. Um vazio tão grande que chega a lá caber o mundo inteiro. Apesar de solitária nunca gostei da solidão. E hoje, tal como ontem sinto-me profundamente sozinha. E é uma solidão acompanhada, que ainda é pior.
Quando começo a tentar perceber o porquê, vejo, com alguma mágoa que talvez ainda não tenha resolvido totalmente as coisas na minha cabeça. O ano passado foi um ano especialmente difícil e por duas grandes razões: por tudo e por nada. Por nada porque efectivamente não aconteceu nada assim tão trágico que me deixasse sem chão. E por tudo porque se somaram um conjunto de circunstâncias que, não tendo como prevê-las, acabaram por pontapear em certa medida a minha auto-estima e o meu amor próprio. E é nestes dias de domingo que, ao fazer o balanço de mais uma semana que termina (ou que começa) que me dou conta que não faço a mínima ideia para onde caminho. E esta incerteza e falta de perspectiva moem-me.
E o mais engraçado é que deixei de ter as neuras de domingo à noite porque amanhã é segunda e terei o tempo todo ocupado. É engraçado como as coisas se alteram e com elas se alteram também as perspectivas que temos. Preciso rapidamente de traçar um plano para os domingos solitários e demasiadamente disponíveis.

sábado, 9 de junho de 2012

Conversas de raparigas #2

Eu: Para o ano vou aí visitar-te!
Ela: Ah tens mesmo que vir. Estou desejosa.
Eu: Vou eu e o meu namorado!
Ela: ???? Quem?
Eu: O meu namorado! Ainda não o conheço, mas assim que conhecer vou-lhe dizer que te vamos aí visitar.
Ela: Ahahha. Gosto de ver-te assim. A visualizar as coisas. É bom sinal!
Eu: Começa tudo com a visualização!

Os dias de Viiirão

De facto o calor e o verão transformam as pessoas. É como se o inverno congelasse as lembranças, as ocasiões, as saudades e as pessoas. Assim que começa o calor a apertar, as festas na cidade, o chinelo no pé, volta tudo à carga. É lindo. Tenho recebido muito mais mensagens no telemóvel agora, sobretudo de pessoas que estiveram silenciadas durante o inverno todo. Abriu a época oficial dos bons e velhos tempos em que podemos repetir tudo outra vez e depois enterrar na areia. Eu sabia que a primavera e o verão reacendem as nossas emoções e a nossa disponibilidade, mas assim desta forma não estava à espera! ;)

Ele há pessoas que...

Adoro pessoas que estão sempre a dizer: 'Há pessoas que...' Geralmente estão a lembrar-se de alguém em particular, mas não conseguem dizer directamente sobre o que estão a falar e qual a circunstância que lhe subjaz. Assim, fica sempre bem dizer que 'Há pessoas que...! A alguém há-de servir o carapuço. Eu própria quando temo as consequências dos meus desabafos (sobretudo no local de trabalho), saio-me também com esse miminho. Acho que este cliché revela muito da sinceridade e frontalidade que a maioria das pessoas apregoa por aí.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Das novas tecnologias

Perguntam-me várias vezes porque é que não troco de telemóvel para um mais actualizado e moderno. Daqueles que podemos ir à internet em qualquer lado e aceder a tudo e mais alguma coisa. Respondo sempre: porque ter um telemóvel velho sem acesso à internet dá-me liberdade. Mas dá-te liberdade como se não poder aceder ao mail, nem ao facebook nem a nada? E respondo sempre: porque o não saber das coisas dá-me liberdade. Não preciso de saber o que os outros estão a fazer quando eu própria estou ocupada a fazer coisas interessantes, ou mesmo a não fazer nada. Se tiver que consultar mails (quase todos de trabalho, note-se) sou obrigada a ligar o computador. E tenho a liberdade de aceder se o tiver ao meu lado. Há momentos nossos e só nossos em que não é preciso estar ligada a coisas que tenho tempo para me preocupar. Também não tenho paciência para actualizar a minha vida para dizer onde estou, a fazer o quê e com quem. Sei que no dia em que este meu telemóvel partir desta para melhor terei que me submeter a um outro mais moderno e já equipado com toda a tecnologia que teimo em renunciar, mas até lá fico feliz e contente assim.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Conversas de raparigas #1

Ela: Se calhar tens que descer uns degraus nas expectativas que crias.
Eu: Como assim?
Ela: As tuas expectativas são muito altas. Esperas demais das pessoas. Tenta descer uns degraus.
Eu: E como faço isso?
Ela: Não sei, mas tenta que vais ver que te surpreendes pela positiva.
Eu: Ainda não entendi.
Ela: Também não te sei explicar, mas tens mesmo que descer uns degraus nas tuas expectativas.
Eu: Tantos quantos tu tens que subir nas tuas?
Ela: Mais ou menos isso.
Eu: Ok.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Sempre tive a sensação que nasci uns anos mais tarde, que devia ter agora mais 5 ou 6 anos do que seria suposto. Digo isto porque me dou muito melhor com gente mais velha do que eu. Gosto de homens mais velhos, gosto de amigos mais velhos, não menosprezando os da minha idade que cabem todos dentro do meu ser. As conversas e as expectativas são diferentes e a calma de viver é bem maior. Nunca me sinto anormal ou deslocada com pessoas mais velhas, o que não acontece com gente da minha idade.
As pessoas da minha idade vivem num stress de cumprir metas e atingir objectivos socialmente aceites. As conversas chegam a ser monótonas e repetitivas entre o que se quer fazer e a tristeza de ainda não se ter feito. Com gente grande isso não acontece. A vida, segundo eles é para ser vivida calmamente e sem pressas. Nunca nos fazem perguntas como: Tens namorado? Quando casas? E filhos? E carreira? Para eles a vida acaba por ser um pouco mais que isso. Já com as pessoas da minha idade, mesmo que não perguntem, sinto que se perguntam a eles próprios o porquê das circunstâncias das nossas vidas. E aborrecem-me e fico sem paciência.
Gosto no entanto de perceber que os mais velhos, que para mim já tinham idade para ter juízo, afinal deparam-se com as mesmas questões existenciais, os mesmos problemas, as mesmas necessidades, mas não param a vida a pensar nisso. E é a grande diferença. E gosto disso!

sábado, 2 de junho de 2012

A minha vida se fosse um filme #1

A minha vida se fosse um filme:

Saio de casa para o aniversário de uma amiga. Arranjo-me a preceito para o aniversário. Pego nas chaves do carro e conduzo até ao local combinado. Num cruzamento espero ansiosamente a minha vez de passar, quando um carro me bate por trás. Assusto-me. Recomponho-me e saio do carro para ver os estragos. Do carro que vinha atrás sai um rapaz novo. Pergunta de estou bem. Eu respondo que sim. Pergunta se estou mesmo bem e eu respondo novamente que sim, que foi mais o susto que outra coisa. Ele pede desculpas, que se distraiu a olhar para o telemóvel. Eu digo que não há problema já que tanto eu como o carro estamos bem. Ele pergunta como me pode compensar do susto. Eu respondo que não é preciso, que já passou. Ele insiste. Propõe um copo. Eu respondo, meio na dúvida que sim. Vamos tomar um copo. Descobrimos que temos muita sintonia um com o outro. Apaixonamo-nos. Não conseguimos viver um sem o outro. Decidimos morar juntos. Casamos em Las Vegas. Temos 3 filhos lindos e somos felizes para sempre.

A minha vida real:

Saio de casa para o aniversário de uma amiga. Arranjo-me a preceito para o aniversário. Pego nas chaves do carro e conduzo até ao local combinado. Num cruzamento espero ansiosamente a minha vez de passar, quando um carro me bate por trás. Assusto-me. Recomponho-me e saio do carro para ver os estragos. Do carro que vinha atrás sai um rapaz novo. Pergunta de estou bem. Eu respondo que sim, que foi só o susto. Ele diz que também se assustou. Fazemos vistorias aos carros para ver se não há nenhum estrago. Não há. Entramos no carro e vamos embora.

Da falta de tempo







Virou moda toda a gente padecer do mesmo mal: falta de tempo. Ninguém hoje em dia tem tempo para nada e é sempre o primeiro argumento que se usa para aquilo que não se fez (ou não se quis fazer). Ora se há coisa que é equitativamente distribuída por toda a gente é o tempo. Deram a toda a gente um plafond de 24 horas por dia, divididas em minutos e em segundos. Em seguida disseram-nos: agora usem o plafond como bem entenderem, porque ele um dia esgota. E toda a gente assim fez. Programou o uso do seu tempo da melhor maneira que pôde e achou conveniente. Entretanto às horas seguiram-se os dias, aos dias seguiram-se as semanas, às semanas seguiram-se os meses, aos meses seguiram-se os anos e chega aquele dia que vemos que o nosso plafond está a diminuir e perguntamos: que raio fiz eu do tempo que me foi dado? E percebemos claramente que perdemos muito tempo em coisas estúpidas como:
- Trabalhar desalmadamente;
- Provar que temos que ser bons em tudo;
- Chatearmo-nos com coisas sem interesse algum;
- Remoer nas coisas que podíamos ter feito e não fizemos por falta de tempo;
- Criticar o vizinho do lado;
- Filas de trânsito;
- Aturar pessoas por conveniência;
- Dizer que sim quando queríamos dizer que não;
- Fazer planos que depois temos preguiça de fazer cumprir, etc, etc etc.

E nesse mesmo dia percebemos que no tempo mal gasto:
- Não visitámos uma exposição;
- Não lemos um livro;
- Não telefonámos às pessoas queridas para saber como elas estão;
- Não viajámos;
- Não corremos riscos;
- Não experimentamos restaurantes novos;
- Não descobrimos novas bandas e novos artistas;
- Não dissemos às pessoas o quanto gostamos delas;
- Não dissemos às pessoas porque é que já não gostamos delas;
- Não vimos o pôr do sol;
- Não dançámos como se não houvesse amanhã;
- Não adoptámos um animal;
- Não rimos até doer a barriga;
- Não nos apaixonámos vezes sem conta;
- Não nos desapaixonámos na mesma proporção;

E parte de nós fica presa no que 'não se fez' e não no 'que se fez' realmente.




Tenho muitas saudades do meu passado, mas tenho sobretudo saudades do meu futuro, da imprevisibilidade da vida, das coisas que ainda me vão acontecer. Não sei bem para o que estou guardada nem sequer sei se vou cumprir tudo, ou quase tudo o que quero nesta vida. Contentava-me com o quase tudo...

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Energias retemperadas



Não há coisa melhor que começar a trabalhar cedo e acabar de trabalhar cedo. Então hoje foi dia de esplanar e almoçar à beira-mar com colegas mais que amigas. Muita conversa, muita risada, muito desabafo. Soube muito bem. Creio que nas próximas tardes livres a praia será nossa companheira!