terça-feira, 28 de maio de 2013

Priceless

(1) Tumblr

Há muito, mesmo muito tempo que não me ria até me doer a barriga. 
Ontem, recebo uma mensagem da minha querida amiga Kátia Maria a dizer que ia lá jantar. Vi logo pela maneira como ela escreveu o sms que não vinha nos dias dela. Entra-me em casa a dizer que a noite tinha sido uma merda e o dia não tinha sido melhor. 
O que vale, diz ela, o que vale é que tenho aqui companhia e jantar quentinho. 

Depois de jantar, sentamos as duas no sofá e começamos a idealizar algumas situações e a pensar noutras que passámos recentemente e deu-nos um ataque de riso tão grande que nos contorcemos as duas a rir sem parar. 
Aliás, vou começar a contar as vezes que a Katia se engasga ao jantar com as coisas que conversamos. Há momentos impagáveis. 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Um ano de blog!


Um ano de blog. Decidi, há um ano atrás escrever porque sim, porque me fazia bem, porque me dava prazer. Enquanto mantiver este espirito o blog continuará a fazer anos, mesmo que a única leitora seja eu!

sábado, 25 de maio de 2013

Será possível encontrarmos, algum dia, o verdadeiro sentido das coisas?

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Há dias falava com uma amiga emigrada no Brasil sobre a vida, o sentido da vida, o nosso sítio e as vidas certas. Haverá, eventualmente, um momento na nossa vida que que sentimos que os astros estão tão intimamente ligados e alinhados que tudo fará sentido?
O meu lado céptico da questão acha que só num nível existencial superior conseguimos entender os desígnios do universo, sejam eles quais forem, com a serenidade que é suposta. 
Questiono-me muitas vezes se este será o meu sítio certo, a profissão certa, as coisas certas. A maioria das vezes acho que não, porque se fosse não estaria constantemente a procurar o sentido. Mas não será possível também, que na falta de sentido, as coisas possam fazer sentido?
Às vezes pondero se a vida que eu idealizo seria a vida que eu realmente desejo ou se o reflexo da vida dos outros transforma a minha vida numa coisa mais simplória e menor. Comparativamente vou estando aquém da realidade da vida dos outros, porque os caminhos, as escolhas e as oportunidades foram diferentes. À medida que o tempo passa começo a perceber que as realidades que eram tão minhas, progressivamente vão deixar de ser, porque as realidades são tão opostas que, embora se cruzem, tendencialmente vão deixar de se tocar.
Serei eu, que pela falta do meu plano A, com a falha redonda dos projectos que idealizei serem totalmente ao lado daquilo que vivo actualmente? Será porque aquilo que eu queria da vida não será o que a vida quer de mim? 
O meu medo, o meu único medo que me assola nos primeiros minutos de casa dia em que acordo, é que quando eu perceber tudo isto, seja já tarde demais. 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Amanhã não trabalho e hoje só me cheira a sexta-feira. Em continuando assim o tempo, amanhã mando-me para a feira do livro. Vou evitar ir no fds que é sempre um caos. Depois petiscada lá em casa e eis a sexta-feira perfeita, até porque já me recompus do meu estado gripal que senhor meu pai me pegou.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Podes deitar a cabeça na almofada todos os dias, com essa sensação de paz instalada que não te deixa chorar, nem rir, nem pensar, nem sofrer. Podes deitar a cabeça na almofada com a sensação de que está tudo resolvido e que as coisas são assim mesmo. Mas, haverá dias, alguns dias que não hesitarás em perguntar Porque não eu? E não tendo respostas, ou aquelas que quererias, verás que não perdoarás até ao dia que a sua lembrança seja silenciada com um 'Quem?

domingo, 19 de maio de 2013

Livros do ano #5



Agora a ler este. Não consigo dizer se gosto, se não gosto. De qualquer modo, custa-me deixar um livro a meio. No final, logo vejo.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Kátia Mariiaaaaa está em Portugal! Yupiiiiii! Já vai sendo hora de matar saudades, sair para jantar, dar um pézinho de dança! Yeahhhhhhh

quarta-feira, 15 de maio de 2013



Chamem série de gaja, chamem o que quiserem, mas eu adoro que a Fox Life esteja a passar a serie todinha do Sexo e a Cidade. Todos os dias, à mesma hora lá estou eu a ver dois episódios.

Hoje estava a ver com especial atenção e reparei que às vezes me transformo em Miranda. Das quatro era a que menos me dizia. Hoje acho que a entendi um bocado melhor e à revolta dela, sobretudo face às circunstâncias da vida e do sexo oposto.

Nunca tive dúvidas que encontrar a pessoa certa fosse também uma questão de sorte e de venda pessoal, Ora eu, que sorte não é assim coisa que me assiste e não tenho jeito para vender o que quer que seja (em a pessoa não querendo não quer, eu também não chateio) consigo entender que passar a vida a assistir na plateia à sorte da vida dos outros também custa. E atenção que não estou a falar da felicidade dos outros, que são coisas diferentes, mas da sorte que vejo toda a gente a ter à minha volta e raramente, muito raramente essa sorte é para mim. Foi isto e só isto que a Miranda sentiu hoje.

Claro que quando nos sentimos sempre invisíveis, sempre na sombra, sempre com as sensação que os outros ficam sempre com a melhor parte e que somos constantemente substituídos  é claro que é impossível não nos começarmos a questionar se valemos ou não a pena. E não estando para aqui a carpir as mágoas da minha vida, o que é certo é que nos últimos anos tenho sentido na pele o que é não ser boa o suficiente (ou não mostrar que sou), o que é não ser escolha de nada nem de ninguém, porque há-de haver sempre alguém melhor, que se diz melhor, que se vende melhor.

Poderia ponderar sobre isto tudo, mas como tenho ouvido ultimamente... é o sistema. As coisas são mesmo assim, não há nada a fazer.
Também podia tentar falar disto com alguém, abertamente, mas não consigo que me reconfortem com um: Que chatice, pois é!...... Há coisas que só uma cama quente, um livro aberto e uma almofada fofa conseguem fazer por nós... É para lá que vou!
Sentir nervosismo antes de uma coisa nova é sinal de responsabilidade. Hoje estou assim, um bocadito nervosa.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Se tiveres oportunidade de fazer uma boa acção, não a percas

Passei o dia em Lisboa, numa formação que terminei hoje. Saí por volta das 5 da tarde e apanhei um autocarro da Carris (coisa que devo ter feito meia dúzia de vezes na vida, andava quase sempre só de metro). Quase no final da minha paragem entra uma senhora de cadeira de rodas ajudada por umas pessoas que a meteram no autocarro. Escusado será dizer que ainda há autocarros sem rampas nem mecanismos para colocar lá dentro as pessoas de cadeiras de rodas.
A senhora parou quase ao nosso lado, meu e de mais duas colegas que iam comigo. Apercebi-me que a senhora ia sozinha para algum lado porque as pessoas que a ajudaram ficaram fora do autocarro. Fiquei a olhar para ela e perguntei como ela ia sair dali.
- Alguém me há-de ajudar (espero eu), diz-me ela.
Pergunto eu: mas a senhora vai para onde?
- Para a Loja do Cidadão, tenho que lá ir pedir uma declaração.
Conversa puxa conversa acabou por contar que caíra do 5º andar enquanto limpava as janelas da casa da mãe dela. Não se lembra de nada, mas sabe que esteve em coma durante muitos dias, ligada à máquina.
- É uma benção é estar viva. Isso é que é uma benção.
- Deve ter-lhe custado muito - digo eu.
- Custou muito, ainda para mais eu tenho filhos e foi complicado. Mas eles não se importam. Eu às vezes pergunto ao meu filho mais novo se ele se importa que eu ande de cadeira de rodas. Ele diz que não, que eu sou linda à mesma.
- ... (sorria, só conseguia sorrir para ela porque em momento algum eu vi amargura ou tristeza nesta mulher)
- Amanhã vou para um Centro de reabilitação para ver se consigo ficar mais independente, tomar banho sozinha, vestir-me, essas coisas.
- Há alguma possibilidade de voltar a andar?
- Os médicos dizem que não, mas não sei o que deus quer. Sabe que ele lá sabe o que é impossível e para ele nada é impossível. Eu só quero mesmo é conseguir fazer as coisas sozinha.

Chegámos ao Restauradores. Pedi ao motorista que desse a volta e estacionasse mesmo em frente à Loja do Cidadão, já que estávamos na última paragem. Ajudamo-la a sair. Ela desfazia-se em agradecimentos.
- Às vezes não aparecem pessoas assim, ás vezes não aparecem...

Levámo-la lá dentro e perguntei-lhe que senha queria. Para a Segurança Social, disse ela.
As senhas dos prioritários e todas as outras estavam esgotadas há horas. Bom, tentemos falar com alguém da SS. Afinal aquela mulher tinha chegado ali sozinha, vinda sabe-se lá de onde para pedir uma declaração.

Vamos ao balcão da SS. A senhora à qual nos dirigimos demorou a responder-nos. Fingia que não nos ouvia. É sexta-feira, eu entendo  fartinha de ver gente. Lá nos ouviu, em cinco minutos resolver o problema da Deolinda. Chamava-se assim, Deolinda.

Deolinda agradeceu muito, imenso, demais. Deixamo-la na paragem para voltar a casa, rezando para que neste regresso alguém se dignasse a olhar para ela e a 'perder' tempo para a ajudar.

Perdêssemos todos nós um pouco do nosso tempo para os outros e seria tudo infinitamente mais fácil. Tão mais fácil...

Ainda não consegui deixar de pensar na Deolinda, no seu regresso a casa, no seu regresso à vida...


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Qual o preço da felicidade?

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Não me demito deste emprego que não gosto porque tenho medo que não encontre um melhor. Não viajo porque tenho medo que o avião caia. Não entro em lutas para não combater. Não acabo esta relação porque a solidão é pior. Não viro as costas a ninguém para ter quem me diga bom dia. Não gasto dinheiro para que me chegue para o mês que vem. Não invento bons momentos para nunca ter saudades. Não faço mais porque não posso. Não faço melhor porque está bom assim. Não como para não engordar. Não saboreio com medo de gostar. Não ajo porque tenho medo de errar. Não discordo porque é mais fácil concordar. Não rio com medo das rugas. Não choro com medo de soluçar. Não opto com medo de pensar. Não penso para não concluir.

A felicidade tem um preço. Ninguém disse que era barato. 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Coisas da vida...

A J. é uma miúda cheia de força. A J. tem sempre uma resposta para tudo. A J. está sempre bem-disposta. A J. tem uma maneira de ver a vida muito cheia dela. A J. é uma miúda íntegra. A J. é uma miúda inteligente. A J. perdeu a mãe dela há cerca de três meses e quem olha para ela não diz.
A semana passada a J. teve que dizer à turma que a mãe da melhor amiga morreu. Assim de repente. A J. desesperou porque sentiu que não conseguiu ajudar a amiga como era esperado. A J. queria que o assunto morresse ali, mas o assunto não morreu, ao contrário da mãe.
Eu olhei para a J. e disse-lhe que já tinha passado pelo mesmo. As colegas gabaram a força da J. Que ela era muito forte. A J. desata num pranto. Chora compulsivamente como quem mexe na ferida. A J. diz que parece forte, mas que chora todos os dias quando chega a casa.
Eu abracei-me a ela e disse-lhe que ela vai continuar a chorar a vida toda. Que todos os dias vai doer um bocadinho, mas  todos os dias dói menos. Que a dor vai permitir-lhe fazer uma vida normal, mas que não passa nunca. E que as saudades vão ser muitas e eternas.
De repente, olhei para a J. e vi-me a mim há uns anos atrás. Abracei-a como se me tivesse abraçado a mim e senti na pele tudo aquilo que ela sente. E só lhe consegui dizer que passa, tudo passa, muito embora exista sempre a questão E se?

terça-feira, 7 de maio de 2013

Gosto de teorias

Gosto das teorias que as pessoas têm das pessoas. Sobretudo daquelas que fazem confusão, daquelas que não seguiram o que toda a gente seguiu e não fez o que toda a gente faz.
Ora, de quando em vez, tenho gente a tecer considerações sobre a minha vida, as minhas opções, as minhas escolhas. Porque tu és assim, porque tu estás sempre na defensiva, porque às vezes tens maus feitio, porque não fazes e aconteces, porque não te mostras, porque não sais, porque és esquisita, porque quem muito escolhe, pouco acerta, porque, porque porque...
Acontece que há dois tipos de pessoas nesta vida: as que tem sorte e as que não tem assim tanta sorte.
Às que tem sorte, ninguém questiona nada, mesmo que tenham um feitio de merda, sejam inconvenientes, sejam chatas. Desde que se consigam mantem num empregozinho, tenham casado em idade útil, tenham procriado em tempo mais útil, então tudo bem. A essas, que seguem o percurso natural da vida, o must have e o must be da sociedade moderna, a essas ninguém diz nada.
Às desgraçadas que fazem a vida que podem, ou que querem, ou que lhes apetece, são infernizadas com teorias comportamentais destas bestas da normalidade.
É isto.