quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Depois de passar em revista o meu blog

Descobri que escrevo coisas muito parvas. Que gosto mais dos meus textos de duas linhas do que os meus textos compridos. Que me lembro exatamente de como me estava a sentir quando escrevi certas palavras. Que não sei se algum dia vou voltar a ler tudo outra vez. Que me consigo rir do que escrevo. Que representam meses na minha vida que não voltam (benza deus). Que inclui pessoas que já estão cá pouco. Que duvido que para além de mim, mais alguém leia isto. Que enquanto me der prazer, continuarei aqui. É isto!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Daqueles dias....

Outro dia uma amiga minha comentou que passou num café por um grupo de adolescentes e que sentiu uma saudade, uma nostalgia daqueles tempos. Não pela idade em si, porque somos todos uns parvinhos nessa altura, mas da leveza com que vivíamos as coisas. Os dias eram compridos. O resto da vida parecia-nos tão longe. Podíamos tomar decisões menos boas porque havia tempo de nos redimirmos delas. Faziam-se planos em grande escala. Prometíamos amizades eternas. Fazíamos juras de amor. Vivíamos na base da simplicidade, dos encontros nos cafés, nos dias de praia compridos. Os nossos filhos haveriam de crescer todos juntos e ao mesmo tempo. Trabalharíamos num sitio muito bom. Viajaríamos por esse mundo fora. Riamos de piadas parvas. Escrevíamos cartas e bilhetes e nos cadernos da escola.

Volvidos 15 anos, não somos tão parvinhos. Os dias são mais curtos e passam a correr. As decisões erradas fazem-nos mossa, os planos são para amanhã, as amizades não são eternas, as juras de amor renovam-se com a pessoa certa e a errada, ou ambas ou nenhuma delas, os dias no café duram trinta minutos, os dias de praia dividem-se, os nossos filhos não vão nascer ao mesmo tempo nem crescer juntos, trabalhamos num sitio que não foi o nosso ideal, viajamos o quanto baste, enviamos e-mails, sms e postamos a vida nas redes sociais. 

Não é bom nem mau, é diferente. O que dá saudade não é a vida que temos, que ainda assim é boa. O que dá saudade é daquela leveza de espirito, da esperança renovada, do futuro ser tão, mas tão longe que reservámos em nós a esperança que poder ter e ser tudo.