sexta-feira, 31 de agosto de 2012

100

E eis que a 31 de Agosto de 2012 escrevo o meu centésimo post neste blog. 100 parvoíces, desabafos, coisas que não interessam nada, coisas que interessam muito, coisas que vivi, coisas que preferia não ter vivido, enfim, é caso para dizer um 100 número de posts que ficam, ou ficarão para a minha história.

Toca a mexer

Esgotado o formato dos programas de danças e mais ainda esgotado o formato dos programas em que vemos os gordos nas passadeiras a correr e a comerem folhas de alface, eis que surge um formato completamente novo em que se alia a dança aos quilos a mais.
Pois bem que a SIC, depois de muito pensar no que poderia fazer concorrência à Casa dos Segredos, inventa um novo conceito de programa em que se associa o excesso de peso à dança. O objectivo? Meter os concorrentes a dançar e a perderem peso simultaneamente.
Numa altura em que a crónica da Margaridinha faz tanto furor, alegando tudo aquilo que as gordinhas podem fazer, eis que surge um programa que explica à querida que para além de arrotarem e dizerem palavrões podem ainda dançar e fazer uma espargata de fazer inveja a qualquer esqueleto de 40 quilos.
Qualquer comparação entre este programa e um circo é pura coincidência.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Das desigualdades de género

Nunca fui apologista da igualdade pela igualdade. Se as coisas são diferentes há que as tratar pela sua diferença; só assim chegamos a um critério mais equalitário.
Homens e mulheres são diferentes logo devem ser tratados como tal. E não, não estou a falar do acesso às oportunidades, que essas sim devem ser igualitárias. De resto somos seres diferentes e essa diferença tão manifesta deve ser mantida.
Curioso é ver as eternas feministas a apregoarem a igualdade, mas esquecem-se dela quando criticam as suas conterrâneas nas acções mais básicas. Exemplos:
- Ela foi trocada por uma mulher mais nova. Coitada não merecia. E então a quantidade de homens que são trocados por outros mais velhos/mais novos/mais giros/mais ricos etc? Desses quase ninguém fala porque certamente existe uma questão romântica por detrás de tal troca, enquanto que nos homens tratar-se-é certamente de uma grande filha da putice. Já para não falar da outra que está por trás da troca que é outra vadia.
- Ela bebe cerveja pelo gargalo e arrota. Feio, meninas muito feio. Já se for um macho a fazer isso na mesa do café, apesar de feio é socialmente mais tolerante.
- Ela veste roupas justas e curtas, mas ainda assim está elegante. Certamente é para provocar, mas se for um homem é um charmoso e um galanteador é porque anda sempre bem arranjado.
- Ela decidiu optar pela carreira e ter sucesso naquilo que faz, renegando toda a vida familiar a que a obrigaram. É uma egoísta. Ele será certamente um ambicioso.
- Ela decide não fazer a depilação, cortar o cabelo rente e vestir o que lhe apetece. É pouco feminina. Ele tem um estilo casual, desportivo.

Enfim... não somos iguais, somos até bastante diferentes. Então por favor aceitemos estas diferenças e benzamos a deus por sermos assim tão diferentes. caso contrário não teria graça nenhuma.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dos sítios que nós não sabemos que existem, mas ainda bem que existem

Saí há bocado de casa para procurar um sítio para fazer yoga. Já tinha ido ao site desse espaço ver onde era e depois de andar perdida lá o descobri. E descobri que fica num sítio muito giro, no bairro em que eu moro há dois anos. Todo o espaço que o rodeia é um mimo, desde as casas, ao jardim, aos cafés, tudo. O espaço estava fechado. Ainda não é desta que começo o meu yoga, mas valeu pela descoberta daquela cantinho. Mais a mais ainda descobri que o café que eu frequentava e que entretanto fechou, é agora uma Padaria Portuguesa, cheia de coisas deliciosas. De facto, o que uma pessoa ganha por sair à rua...

Das novelas que nos assistem



Gabo cada vez mais quem faz, pensa e concebe as novelas portuguesas. Não posso comentar todas elas porque não as vejo, mas tenho apanhado algumas coisas na novela da SIC e acho maravilhoso aquele rol de relações bem traçadas. Então temos:
- A personagem principal (Júlia) que esteve presa 16 anos no lugar de sua irmã;
- A sua irmã toma conta da filha de Júlia que assume como sua filha. Isto após ter enriquecido ao casar com um velho rico.
- A Júlia sai da prisão no seu ar mais bonzinho e coitadinho e revoltada porque não consegue dar-se com a filha. Acaba por casar com um velho rico e manda-se para Itália.
- Quando volta de Itália vem completamente mudada (chique que dói).
- Recusa-se a dar-se com a filha porque esta anteriormente não a aceitou.
- Continua a viver à custa do dinheiro do velho, numa casa ao lado da dele, mas não lhe dá rigorosamente mais nada.
- Continua apaixonada pelo giríssimo da novela (Albaninho, meu rico), mas o amor ao dinheiro é maior.
- O Albaninho acha que ela é uma prostituta e eu não entendo porque ele diz isto.
- A irmão de Júlia separa-se do velho e fica com o amante mais novo. A Júlia fará o mesmo mais dia menos dia, o que me leva à conclusão que elas têm mais em comum do que aparentam.
- A família que acolheu a pobre Júlia quando saiu da prisão é muito fofinha, mas completamente descompensada: entre dívidas, bipolaridade e homosexualidade, salve-se quem puder.
- A Júlia ajuda toda a gente porque é boazinha. Ser boazinha com o dinheiro dos outros é um miminho!

E podia continuar por aí fora, mas ficaria com um post enorme de enredos e bem resumidamente é isto que se pode levar da novelita da SIC. Entretanto a novelita há-se ficar em banho-maria e no final surge uma reviravolta completamente tchrãaaaaaa!!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Viagem ao centro da minha terra



Ontem ao ver na RTP1 o programa 'Viagem ao centro da minha terra' dedicado inteiramente à região de  Dornes em Ferreira do Zêzere pensei cá para comigo: menina, já esteve mais longe, já já! Adoro Lisboa e vou continuar a adorar, mas já se tornou demasiadamente grande e solitária para mim. A vida é cara, demasiado cara. As relações interpessoais mais escassas, os acessos mais difíceis.
Já me passou pela cabeça várias vezes começar do zero noutro sítio qualquer do país. Num sítio onde as pessoas são mais pessoas, as relações mais estreitas, a vida mais calma.
Já esteve mais longe, já já!

sábado, 25 de agosto de 2012

Sweet 30

Reparamos que estamos deliciosamente novas ou deliciosamente velhas quando, numa saída à noite, somos abordadas por dois moços com 22 anos que ficam chocados quando lhes dizemos que sim, que temos 30 anos. Que só podemos estar a mentir e que nem à prova de mostrar o Cartão de cidadão se acreditam. E dizem, à laia de desconsolo que sim, que afinal estamos muito bem conservadas para a idade.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Das sombras


Gosto mais da noite do que do dia porque nela não consigo ver a sombra que teima em acompanhar-me. Que não desgruda de mim. Que me lembra que eu existo e por eu existir ela também existe. E porque existe teima em não me largar e não há como ignorar.
Pudesse eu e livrava-me desta sombra porque eu sozinha costumava bastar-me. Mas agora não me basto e ao invés de estar apenas preocupada comigo, estou também preocupada com ela.
E cada diz que passa eu pergunto-me o que vai ser de nós?

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Só assim por acaso

Se eu viajasse ao mesmo ritmo que viajam os meus pensamentos o mundo inteiro já não me serviria. Haverá algures dentro de mim algum botão que ponha os meus pensamentos e o meu cérebro em stand by alguns minutos por dia?


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Um post por dia, nem sabe o bem que lhe fazia!

Quando iniciei este blog achei que iria escrever todos os dias. Pelo menos um post por dia. Sobre tudo. Sobre nada. Sobre qualquer coisa.
Ora salvaguardando o gosto que tenho pela escrita, acontece-me por vezes não ter nada para dizer e muito menos para escrever. Assim, sempre que me apetecer escrever e não souber sobre o quê posso sempre:
- Transformar este blogue num diário fofinho, escrevendo diariamente os acontecimentos da minha vida.
- Pedir opiniões sobre tudo e mais alguma coisa aos meus leitores.
- Postar fotos da nova colecção de outono-inverno e comentar o quão feliz ficaria se tivesse aqueles sapatos e camisola e casaco e calças e verniz e tudi tudi.
- Fotografar as minhas mãos com o verniz que pintei as unhas. Repetir esta foto pelo menos uma vez por semana alterando a cor do verniz.
- Comentar os blogues alheios em tom de crítica esquecendo-me que o blog é uma coisa pessoal e cada qual escreve o que quiser.
Bom, já terei pano para mangas...

Já me chateia um bocado que 'as coisas tenham que ser assim', porque às vezes 'é preciso dar um passo para trás para dar dois para a frente' porque afinal 'nada é por acaso' e blá blá blá Wiskas saquetas!
Um bocadinho de sorte de vez em quando não fazia mal a ninguém!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Eles lá sabem

Os amigos sabem quem ela é. A família também. Descrevem-na pelo que vêem e sentem que ela é. E sobretudo pelas coisas que tem. Coisas essas que ela foi conquistando com passos pequenos, mas que os outros não sabem e não fazem ideia.
Eles sabem do que ela gosta e do que ela quer. Eles avaliam-na pelas coisas que ela faz e pelas coisas que diz. Eles dizem que ela é feliz porque não tem nada que a possa fazer infeliz. Eles dizem que ela é esquisita e que não devia ser assim. Eles sabem dos talentos e aspirações dela. Eles sabem onde ela quer chegar. Eles sabem que ela vai conseguir, mas não sabem como nem quando.

Eles sabem isso tudo e ela pergunta-se diariamente o que eles sabem com tanta certeza.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Regresso hoje

Regresso hoje de férias. De uns merecidos dias de descanso fora daqui e cuja única e boa preocupação é a de saber o que jantar e onde e quanto tempo me apetece ficar esparramada ao sol.
Destas férias trouxe uma cor acastanhada, uma constipação mal curada, três herpes labiais sarados e uma paz de espírito incalculável.
Os meus dias foram contados numa sucessão de momentos e nunca numa sucessão de minutos. Chegava a parar para pensar que dia da semana era aquele. Dormi o suficiente num colchão de qualidade duvidosa, muito duvidosa por sinal. Li bastante e sempre que me apeteceu. Só lamentei ter levado dois livros apenas. Inspirei-me de tal modo num dos livros que li, que acredito mesmo que esta é a altura da minha reviravolta. Falei pouco e escutei os meus silêncios. Gosto de viajar com pessoas que gostam e sabem estar em silêncio. Não precisam estar sempre a falar e a dizer coisas e a argumentar.
As minhas férias com a K. foram assim. Às vezes o nosso silêncio é quebrado quando lhe pergunto em que parte do livro ela vai (porque eu já o li). Às vezes ela pergunta se estou a gostar do meu (ela já viu o filme).
Invariavelmente, várias vezes por dia damos por nós a rir à gargalhada por coisas parvas, ou por coisas sérias ou por coisa nenhuma. Só porque nos apetece rir. E porque estamos de férias. E porque merecemos.
Regressei hoje e estou cansada, e estou mais bonita e estou diferente. E amanhã menos cansada repetirei que estou mais bonita... e mais diferente...

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Crónica dos bons amigos

E assim de repente, numa sucessão de meses (poucos mas suficientes) delineamos uma linha, uma subtil linha que separa as pessoas que interessam cada vez mais das pessoas que interessam cada vez menos.
E assim de repente, percebemos que as coisas são assim mesmo e até fazemos um esforço para tentar perceber porque é que afinal as pessoas  não são como nós esperámos que elas fossem.
E assim de repente percebemos que as pessoas sempre foram assim, mas nunca por momento algum, a vida as tinha colocado numa situação que elas não conheciam para se poderem comportar como se comportaram.
E assim de repente percebemos que nada na vida é eterno nem sequer aquilo que julgáramos que era.
E faz-se uma selecção natural...

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Não se pedincha amor

Não se pedincha. Ponto. Muito menos se pedincha amor.
O verbo pedinchar já é de si pequenino e pouco virtuoso. Pedir alguma coisa é muito mais assertivo e concreto, mas mesmo assim não se pede nem se pedincha amor.
Pasmo-me com algumas coisas que leio por aí e pasmo-me com algumas coisas que vou vendo em pessoas que conheço que pedincham para serem amadas. Vergam-se ao amor que sentem por alguém como se isso fosse motivo bastante para que a outra pessoa responda da mesma forma. As coisas são simples, mesmo na sua complexidade mais emocional. Ou se gosta ou não se gosta. Ou se quer ou não se quer. Ou se deseja ou não se deseja. Pedir para alguém ficar connosco só porque se gosta é um acto tão egoísta e narcisista que encerra em si mesmo a possibilidade de haver reciprocidade numa relação.
Geralmente quem pedincha amor, pedincha facilmente outras coisas: pedincha compreensão, carinho e sobretudo atenção.
Confesso que sou pouco tolerante a este tipo de reacções, sobretudo se forem masculinas. Irrita-me solenemente ver um homem a pedinchar amor, com olhinhos de bambi, a relembrar o quanto amam e sabem amar e o que fariam ou não fariam para deixar uma mulher feliz. Não quer dizer que não façam isso tudo, mas há que saber fazê-lo. Uma mulher fazer isso também não é bonito, mas vá, dada a emotividade feminina, não me choca tanto (mas choca na mesma).
Pedinchar é feio... não se usa e está fora de moda.

sábado, 4 de agosto de 2012

Um dia escrevi isto... hoje lembrei-me de novo destas palavras

Não caibo nos intervalos da chuva nem nos segundos dos dias. Não caibo nas estações do ano, nem nos lugares que percorro. Não caibo no tempo em que estou, nem no espaço que me rodeia. Não caibo nos meus talentos nem nas minhas aspirações. Não caibo nos meus desejos nem nas minhas paixões. Não caibo nos meus sonhos e menos nos meus pesadelos. Não caibo nas minhas incertezas nem caibo nos meus medos. Não caibo nas pessoas, não caibo em mim mesma. E não caibo porque sou inteira. Quando me quiseres levar, certifica-te disso...
Já arrumei a casa (aquilo que consegui e me apeteceu), já respondi a mails de trabalho, já vi um filme e já chorei com ele, já sequei as lágrimas, já lavei roupa e já a estendi. Já tomei banho (bem merecido) e vou logo ao cinema ver desenhos animados. Porque tudo o que neste momento sirva para não pensar é benvindo.