quinta-feira, 31 de maio de 2012

Cansadinha

Cheguei hoje a casa de rastos. Depois de 12 horas de trabalho chego cansada, mas o cansaço é sobretudo da cabeça. Pelas coisas com que me deparo, com o 'mais vale parecer que ser', com a política do 'ou comes ou calas'. Cada vez mais me custa esta sub-valorização das pessoas, esta facilidade com que são descartadas, com que são postas de lado.
Custa-me sobretudo que este sentimento, ou falta dele, se alastre como uma epidemia. As pessoas cada vez mais 'umbiguistas', a olhar para o que lhes interessa, para o que lhes faz bem a elas e apenas a elas.
Devo ser eu certamente que não me estou a adaptar às coisas como era suposto, mas caramba às vezes não era preciso!

102 e a caminho...

E acabei de verificar que o meu blog tem 102 visualizações. Obrigada amigas que o visitam vezes sem conta para me darem a entender que muita gente o lê!! Vocês são uns amores! ;)))))

Sem sentido



E quando não faz sentido não vale a pena. Não vale a pena tentar vestir roupa que já não serve, calçar sapatos que nos estão apertados, dançar ao som de uma música que já não ouvimos, voltar aos sítios que saíram de moda... Já nada é igual, embora às vezes façamos um esforço para isso..



E é tal e qual assim que vou dormir hoje! 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Das boas lembranças





Ontem, ao final do dia, toca o meu telemóvel. Número privado. Detesto números privados. Geralmente ou é do trabalho ou é para me chatearem com alguma campanha, promoção, venda de produtos e afins. Atendi, com a minha voz solene de quem não sabe quem está a ligar. Abriu-se um sorriso na cara. Era a K. a minha amiga e companheira de vida. A K. foi viver para fora, bem longe de Portugal. Está bem e está feliz. Mas as saudades apertam muito. Não foi embora há muito tempo, mas tanto ela como eu temos a sensação que correram anos. Fico sempre um bocadinho histérica quando ela me liga. Ela está longe e a internet não funciona como cá. Por isso falamos tão poucas vezes, mas é sempre tãooo bom ouvi-la e sentir que pode ela ficar longe anos e anos que nada vai mudar.
Contámos muito rapidamente as novidades uma à outra. Como se tivéssemos o tempo contado e a qualquer momento o telefone se desligasse.
Quando desliguei o telefone estava a sorrir, porque me soube mesmo bem este telefonema. Depois não consegui deixar de pensar que nos habituamos muito facilmente à ausência das pessoas. Estranhamos muito ao início e depois habituamo-nos a que as pessoas deixem de estar por perto e quase que nos esquecemos da falta que elas nos fazem nas mais pequenas coisas. E ao pensar nisto não consegui deixar de sentir uma nostalgia enorme dos pequenos almoços no café da nossa zona aos domingos, dos jantares cá em casa, dos cinemas de fim de tarde, dos copos aos fins-de-semana, das conversas intermináveis. Tenho saudades, acho que é isso e ela faz-me muita falta. Faz-me falta a calma e a serenidade dela, o modo optimista como encara as coisas, os conselhos tão sábios e coerentes, a delicadeza das palavras, o abraço sentido. No fundo acho que é isto, sinto muito a falta dela como sei que ela sentirá a minha, lá longe onde ela está.

Das coisas saborosas




Tem-me feito bem escrever. Quase tão bem como ler, que é hábito comum sempre que me deito e antes de apagar a luz. Uma vez li que os amantes de livros nunca vão para a cama sozinhos e é bem verdade. Mas também é verdade que não é qualquer livro que me leva para a cama. Neste momento tenho dois ou três que vou alternado, conforme o meu estado de espírito.

Deito-me hoje, como há já alguns dias, com leveza de espírito e com uma calma que me apraz. As coisas continuam iguais, mas mudaram. Há dias que deixo de ter medo e quando deixo de ter medo deixo de ter pressa. Nada, ou poucas coisas na minha vida aconteceram depressa. Desde as mais pequenas e insignificantes. Preciso sempre de percorrer um caminho, de uma luta mais ou menos guerreira, mas as coisas acabam por acontecer. E quando acontecem, são sempre melhor do que eu esperava. Hoje tenho que acreditar nisso porque as corridas nunca foram o meu forte. E digo-o literalmente. Sempre que ouso correr fico rapidamente com dor de burro e tenho que parar uns instantes. Só tenho que continuar a parar nos sítios certos e à hora certa. E a correr com os companheiros de corrida de sempre, porque alguns já chegaram à meta e provavelmente não voltarão a correr comigo.

Uma boa noite, amanhã por esta hora estarei de volta.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Somos todos beginners






Hal: Bem, digamos que desde que você era pequeno, você sempre sonhou em conseguir um leão. E você espera, e você espera, e você espera, e você espera, mas o leão não vem. E junto vem uma girafa. Você pode estar sozinho, ou você pode estar com a girafa.
Oliver: Eu esperaria pelo leão.
Hal: É por isso que eu me preocupo com você.

E é exactamente por isto que eu me preocupo comigo mesma!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Diz-se que afinal sou esquisita...

Não vale a pena... Por mais que um homem seja lindo, charmoso, engraçado e tudo o mais, basta falar ou escrever um mau português que está tudo estragado. Não há charme que aguente um 'há-des' ou 'há-dem', um 'fizestes' ou 'comestes', um 'comeste-zo' (nem sei escrever isto, mas acho que dá para perceber a ideia). É que não vale  mesmo a pena. Fico logo esmorecida... Tenho ditto!

Dos conhecidos, dos colegas, dos amigos e dos GRANDES amigos

A nossa forma de simplificar a realidade é criar categorias para as coisas. O nosso cérebro não tem capacidade para guardar informação individualizada sobre as coisas, as pessoas e a realidade. Bom para nós, que agrupamos a informação com um nível de coerência (?) mais ou menos homogéneo. Assim, é-nos possível catalogar as pessoas nas mais diversas categorias: os conhecidos, os colegas, os amigos, os amigos coloridos, os melhores amigos, os affairs, entre outros. É disto que me apetece falar hoje.
Começando pela categoria mais lata e que menos expectativas gera, temos os conhecidos. Dos conhecidos não se espera muita coisa, porque são só conhecidos. São aquele tipo de pessoas que conhecemos numa festa, amigos de amigos, vimos no nosso trabalho, apanham o metro connosco. São a parte mais numerosa das nossas vidas e ocupam uma posição que faz jus ao nome que se lhes atribui. Conheces aquele gajo? Sim, sim, estive com ele numa festa há dois meses. E pronto. Deles não esperamos muito; apenas que sejam cordiais e simpáticos. Se não forem também os descartamos com a maior das facilidades. Se forem boas companhias sempre dão para beber um copo, animar uma festa ou trocar uns sms de vez em quando.
Os colegas são a categoria que se segue. Geralmente falamos de colegas em relação aos que partilham connosco o local de trabalho. Passamos com eles muitas horas, mas sabem pouco das nossas vidas. Deles espera-se que estejam ao nosso lado quando levarmos um raspanete do chefe ou quando cortamos na casaca de um colega chato. Se não forem bons colegas depressa os colocamos na categoria dos conhecidos e descartamo-los com a facilidade do papel higiénico.
Dentro dos amigos (e esta é a parte mais complicada da categorização) temos os amigos coloridos e os 'affairs'. Os amigos coloridos servem, tal como o nome indica para colorir a nossa vida, mas sem grandes expectativas nem cobranças. Esperamos deles passar um bom bocado, fazer coisas que nos satisfaçam e alimentar um pouco o nosso ego. Esta amizade colorida dura o tempo estritamente necessário à satisfação de ambas as partes, até que uma delas, ou ambas,  faça uma rescisão de contrato. O 'affair' é um pouco diferente. Geralmente dura menos tempo e pode ocorrer em situações controversas. Serve para o que serve e não existe qualquer tipo de ligação, para além daquela que se sabe, entre as partes. Quanto à rescisão de contrato, esta pode nem existir. Cada um vai à sua vida e mais nada. Quando nos perguntam: quem é aquele? Nós respondemos: Humm... ahh, é... um amigo.......! E está dito!
Depois temos os amigos e os grandes amigos. Se isto fosse um anúncio da Zon diría que existe uma linha que separa os amigos dos grandes amigos. Os amigos existem em maior quantidade que os grandes amigos (a não ser para aquelas pessoas que vêem amigos em todo o lado, desde o senhor do café, ao colega do trabalho e ao amigo de 20 anos, são todos amigos! Mas isso seria outra discussão!)
Dos amigos e dos grandes amigos esperam-se muitas coisas, mas de modos diferentes. Dos amigos espera-se que sejam fieis. Se contar a um amigo um segredo e lhe pedir para não contar, então este tem mesmo que fechar a matraca, sob qualquer circunstância. Dos melhores amigos, espera-se que sejam leais. Eles já sabem à partida que esse ou aquele assunto morre ali. Sem mais nem quê! Dos amigos esperam-se bons conselhos: tens que comer, senão ficas doente, tens que te cuidar, tens que te animar. Dos grandes amigos, espera-se que nos enfiem a comida pela boca abaixo, que nos arranquem de casa, mesmo de pijama e que nos levem para um sítio que sabem que gostamos. Dos amigos espera-se que nos liguem no aniversário. Dos grandes amigos espera-se que nos cantem os parabéns ao vivo e a cores. Dos amigos espera-se que nos perguntem: como estás? Dos grandes amigo espera-se ouvir: estás feita em merda, vou passar aí. Dos amigos espera-se que nos perguntem se podem ir ao frigorífico cá de casa. Dos grandes amigos espera-se que abram a porta, tirem o que querem e digam: já estou jantado, Obrigado! Dos amigos espera-se que perguntem se queremos que passem lá em casa porque até estamos sozinhos e temos medo do escuro. Dos grandes amigos espera-se que tragam uma lanterna, nos toquem à campainha e perguntem: o sofá está disponível? Trouxe luz. Dos amigos espera-se que nos peçam desculpa quando erram. Dos grandes amigos não se espera um pedido de desculpas porque antecipam quase sempre o que nos magoa
...And so on... so on.... so on...
No fim disto tudo, sou grata por ter imensos conhecidos, muitos colegas (alguns dos bem bons), alguns amigos e raros grandes amigos, mas que fazem toda a diferença. Este post é dedicado a eles, se alguma vez o lerem ;))))) Tenho ditto!

Se me conhecesses...

Se me conhecesses realmente, saberias que gosto de flores, mas não gosto de todas. Só daquelas coloridas e simples a que dão o nome de gerberas. Se me conhecesses realmente saberias que gosto que me presenteies de vez em quando, mas não me podes presentear sempre porque deixa de ser surpresa e eu perco o interesse. Se me conhecesses realmente saberias que quando estou triste tomo banho sentada, porque a água me conforta muito mais. Se me conhecesses realmente saberias que sempre que disseres uma coisa deveras estúpida ou  deveras má, vou ficar uns segundos com cara de parva a olhar para ti e a pensar se te respondo, se te bato ou se me vou embora; Se me conhecesses realmente saberias que gosto que cumprimentes os vizinhos do lado, o senhor do café e o segurança do supermercado. Só porque acho que deves ser simpático para as pessoas. Se me conhecesses realmente saberias que deixarei que tudo seja à tua maneira, mas só depois de tentares à minha. Se me conhecesses realmente saberias que o meu despertador toca sempre 15 minutos antes só para me conformar que tenho que me levantar. Antigamente nesses 15 minutos pensava em ti; agora já não. Penso em mim. Se me conhecesses realmente saberias que me irrito com facilidade e que não sou bonita irritada. Se me conhecesses realmente saberias que gosto de ler sempre antes de dormir. Se me conhecesses realmente saberias que tenho muitos medos, daqueles que às vezes me prendem e dos quais não me consigo libertar. Se me conhecesses realmente saberias que sou uma pessoa solitária, mas não gosto da solidão. Tentei explicar-te a diferença, mas nunca entendeste. Se me conhecesses tinhas entendido. Se me conhecesses realmente saberias que sou preguiçosa e demoro a fazer as coisas, porque o amanhã também existe para isso. Se me conhecesses saberias que depois de desiludida nada para mim fica igual; e mesmo assim arriscaste. Se me conhecesses ficarias espantado. E é por isso que achas que gostas de mim; porque não me conheces...

domingo, 27 de maio de 2012

Ó neura de domingo





O domingo traz uma neura e uma disponibilidade completamente diferente de qualquer outro dia da semana. Tudo denuncia que é domingo: cheira a domingo, sente-se que é domingo. É terrível. Não me lembro de alguma vez ter gostado de domingos e confesso que consigo gostar mais de uma segunda-feira. Custa um bocadinho entrar na semana, mas pelo menos acaba de uma vez a inércia de domingo.
Por um lado, pesa-me o fim do fim-de-semana e há que colocar em ordem todo o trabalho que tenho que fazer durante a semana e por outro... bolas, é domigo, deixem-me 'sofazar' ou 'esplanar' à vontade. É um misto entre a vontade de não fazer nada e a culpa de que devia estar a fazer qualquer coisa. Não gosto, ponto! Será que dá para saltar de sábado para segunda-feira assim muito rapidamente? Dá? Dá? Dá? E pronto, tenho dito!

Tenho ditto

Tenho dito que um dia escreveria qualquer coisa. Hoje foi o dia. Tenho dito!