domingo, 10 de junho de 2012

Dos domingos que me matam







E mais um domingo na minha agenda! Dia oficial da procrastinação e da nostalgia. Nunca gostei de domingos e curiosamente iniciei este blog num domingo e com uma nota sobre a neura de domingo. Hoje não é excepção. Acordei com uma grande tristeza e com sentimentos de inutilidade. Felizmente não posso dizer que tenha grandes problemas na minha vida. Saúde não me falta, os amigos vão estando por perto, o trabalho que já esteve pior, agora está a compor-se. E apesar disto é inevitável o vazio enorme que sinto dentro de mim. Um vazio tão grande que chega a lá caber o mundo inteiro. Apesar de solitária nunca gostei da solidão. E hoje, tal como ontem sinto-me profundamente sozinha. E é uma solidão acompanhada, que ainda é pior.
Quando começo a tentar perceber o porquê, vejo, com alguma mágoa que talvez ainda não tenha resolvido totalmente as coisas na minha cabeça. O ano passado foi um ano especialmente difícil e por duas grandes razões: por tudo e por nada. Por nada porque efectivamente não aconteceu nada assim tão trágico que me deixasse sem chão. E por tudo porque se somaram um conjunto de circunstâncias que, não tendo como prevê-las, acabaram por pontapear em certa medida a minha auto-estima e o meu amor próprio. E é nestes dias de domingo que, ao fazer o balanço de mais uma semana que termina (ou que começa) que me dou conta que não faço a mínima ideia para onde caminho. E esta incerteza e falta de perspectiva moem-me.
E o mais engraçado é que deixei de ter as neuras de domingo à noite porque amanhã é segunda e terei o tempo todo ocupado. É engraçado como as coisas se alteram e com elas se alteram também as perspectivas que temos. Preciso rapidamente de traçar um plano para os domingos solitários e demasiadamente disponíveis.

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