quarta-feira, 31 de julho de 2013

Já tenho o meu cartão das pousadas da juventude renovado. Agora só me falta escolher o dia, encher o depósito, traçar um percurso e fazer-me à estrada. E que venham uns belos dias de descanso, de energias renovadas, de ideias novas e quem sabe de gente nova. Precisa-se urgentemente de gente nova e de bem com a vida.

terça-feira, 30 de julho de 2013

A uma dia de entrar de férias e não quero crer que estes meses passaram a correr. Agora só quero parar um bocado, pôr as ideias no lugar, descansar a cabeça e falar pouco. Estou numa fase em que tudo me irrita. Ouvir o que os outros têm para me dizer é insustentável. Acordar cedo para ir trabalhar é penoso.
Só falta mais um dia e espero que passe rápido. É a minha sanidade mental que está em causa.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Da gratidão

Por mais que haja dias em que a paciência seja pouca, ou que a conversa não nos diga nada. Por mais que haja dias que não nos apetece determinadas pessoas, determinadas situações ou determinados desabafos. Por mais que haja dias que a irritação toma conta de nós, é aqui e agora e sobretudo nestes dias que não nos podemos esquecer dos tantos momentos em que também precisamos e as pessoas estiveram lá para nós. 

Se há coisa pela qual sou grata é ter uma boa memória que permita que não me esqueça das pessoas e de todas as situações em que me senti um farrapo e elas me abriram a boca para me enfiar comida lá dentro. 

Hoje, e avaliando certas situações reconheço um dramatismo exagerado, mas na altura quem é que nos convence do contrário? E com ou sem dramatismo, o que é certo é que há pessoas na minha vida que sempre que eu precise de alguma coisa (seja de um cigarro, de dois dedos de conversa, de um antibiótico ou de comida pela goela abaixo) estão lá. Saem de casa e tocam à campainha. Mexem-se. E não me fazem sentir sozinha. 

E isto é daquelas coisas que não se pode esquecer, em nenhum situação. Sobretudo porque muitas vezes estas atitudes veem de quem nós menos esperamos. As pessoas mais improváveis são aquelas que, inesperadamente nos surpreendem, nos ajudam e nos levantam. Gosto cada vez mais das pessoas improváveis. Vão ganhando espaço em mim, dentro de mim. 

E pondo tudo e tanta coisa em perspectiva, onde estavam em certas alturas, as pessoas mais prováveis? 

terça-feira, 16 de julho de 2013

Naquela noite voltara a rezar. Mesmo que a sua crença em deus tenha ficado adormecida durante anos e que as suas orações antes de dormir tenham progressivamente sido esquecidas. Naquele dia ela voltara a rezar. Ainda sabia a oração de cor. Rezou baixinho. E não pediu muito.

Naquele dia ela voltara a rezar. A sua fé tinha voltado, não porque estava desesperada, mas porque precisava de acreditar piamente que deus não é aleatório, que não manobra as nossas vidas por capricho. Ela precisava de acreditar que havia um plano melhor, um plano novo, um plano maravilhoso que lhe mostrasse que tudo se passou assim porque não havia como ser de outra maneira. 

Naquele dia ela voltara a rezar, e no dia seguinte também, e no outro...

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Tenho amigos tão bons e tão queridos que sabendo da minha panca pelo Santo António, já me ofereceram mais um. A coleção já vai ficando composta. Sempre que veem um, feito em artesanato e com ar castiço, compram-me para me oferecer. Há gente fantástica.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Disto dos smartphones e de como passamos a ter reacções esquisitas

Há cinco anos que uso o mesmo telemóvel e portanto este modelito que trago comigo ainda tem teclas e manda mensagens e faz telefonemas. Só. Ponto. E tenho vivido bem feliz com ele. Acontece que este modelito está cansado e já não rende como rendia. Já foi parar muitas vezes ao chão, já apanhou água, areia e tareia. De resto tem-me servido na perfeição.

Em idade de reforma, impera que tenha que comprar um novo, mas temo ceder à tentação de fotografar aquelas coisas magnificas e previsíveis da época. Ele é bolas de berlim na praia, ele é dedinhos na areia, ele é concertos de verão, ele é a água do mar, ele é as crias a crescer, ele é a sardinha assada. E depois, os status sempre previsíveis: ai que calor tão bom, finalmente chegou o verão, concerto brutal, cansada do trabalho, governo a cair, frases feitas que caem que nem tordos porque afinal está ali tão à mão.

Pois que com tanta indecisão ainda não fui capaz de o trocar. E se de repente me dá a travadinha do 'deixa lá dizer ao mundo onde ando?'.

A partir de quando os menos dão mais?

Tornarmo-nos optimistas numa altura em que tudo é tão cinzento é difícil, mas possível. Basta começarmos as frases todas com: ao menos. Vejamos, entreguei a casa que tinha arrendada há três anos numa zona que adorava, mas que, em virtude de me estar a sair muito cara vi-me obrigada a sair. Mas, ao menos tenho uma outra casa para onde posso regressar já que a família nuclear foi saindo toda e a casa acabou vazia.

Os meus dias são menos trabalhosos porque há pouco trabalho, mas ao menos tenho sol e praia ao pé do trabalho e permite-me apanhar uns belos banhos de sol.

Os meus amigos estão muito ocupados ou emigrados, mas ao menos arranjei outros com quem posso arejar e fazer coisas.

Estou sem saber muito bem que rumo hei-de tomar, mas ao menos tenho saúde.

Estou desejando dormir acompanhada, mas ao menos sozinha ninguém me chateia.

Estou cansada de cometer as mesmas burrices, mas ao menos não me canso de aprender.

Pela fórmula matemática menos com menos dá mais, mas a partir de quando as coisas começam a ser mais???