sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Tanto na vida como nos livros: o ónus da questão das relações falhadas

Diz que o próximo sucesso depois das sombras da Grey é um livro cujo título desconheço e que nem parido está, mas cujo objectivo é relatar as histórias de amor e desamor dos comuns mortais. Coisa inovadora, está claro. Quem quiser  escrever a sua história pode fazê-lo desde que faça chorar as pedras da calçada, mas tem que acabar bem para esperançar os corações despedaçados que por aí andam de que ainda podem encontrar as suas caras metade.

Como bónus por esta maravilhosa participação serão ainda tecidos conselhos sobre o que correu mal e que poderia correr melhor. É de aproveitar esta super promoção de aconselhamento técnico. Aliás para quem não tenha nem meio palmo de testa e ainda hoje se interrogue porque é que aquela relação de há 20 anos deu errada pode sempre descobrir agora. Quiçá, depois desta revelação possa voltar a  ter a felicidade que tanto auspiciou.

Eu já ando cá preocupada e já fiz um rascunho, e tenho já em lista umas quantas questões que acabarão inevitavelmente em: serei normal?

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Com um pé em 2012 e outro em 2013

Amanhã já é o último dia de Novembro e depois chega Dezembro e Dezembro passa a correr (graças a Deus e aos santinhos que sabem o quanto gosto desta altura do ano)  e está quase aí o 2013, pronto a estrear.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

De outra maneira

As pessoas vão embora porque não aguentam mais, porque não sabem viver de outra maneira. A ausência delas custa porque ainda em nós existe a presença delas, mas elas vão embora porque não sabem viver de outra maneira. E mais ninguém entende isso senão elas, porque elas não sabem viver de outra maneira. Porque se acharam de mais ou de menos, porque acham que é o melhor e porque elas não sabem viver de outra maneira.

E nós que também vivemos à nossa maneira porque não sabemos viver de outra maneira não entendemos que elas não saibam viver como nós.

Descobri isto há pouco tempo, quando finalmente percebi a ausência de uma amiga. Do porquê desta ausência. E por mais que a ausência me doa, certamente que doerá muito mais a ela. E a ausência dela só existe porque, de facto, ela não sabe viver de outra maneira. E eu aceito e espero. Com um abraço. E basta.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Quando, sucessivamente me levanto às 6,30 para sair de casa às 7,30 e chegar bem depois das 20. Quando, no tempo que tenho livre só me apetece dormir porque só assim descanso e não penso. Quando as horas de trabalho me fazem esquecer que estamos quase a entrar em 2013. Quando não passo tempo de qualidade com pessoas importantes. Quando isto acontece só me focalizo nos objectivos para o ano que vem e que este é o caminho para concretizá-los.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Inquisição, volta!

Isto da liberdade de expressão tem muito que se lhe diga. Eu sei que todos têm o direito de dizer e escrever o que bem lhes apetece, mas há gente que diz coisas tão parvinhas. E depois dizem coisas tão parvinhas tão cheias de convicção que chega a doer. E depois há pessoas ainda mais parvinhas que aplaudem de pé aquilo que as pessoas parvinhas dizem ou escrevem.

Inquisição, volta, estás perdoada.

domingo, 25 de novembro de 2012

Obrigada por existirem

Às vezes a minha existência torna-se mais colorida só e apenas porque me lembro que existem certas pessoas. A existência delas faz-me sorrir, mesmo que não sejam os frequentadores cá de casa nem o número 1 da minha lista do telefone. Mas são aquelas pessoas com quem uma dia, por coisa nenhuma, falamos da nossa vida, de coisas que nem ousamos falar com gente que trata connosco há anos, e que nos diz, sem nós sequer sabermos, que também já estiveram nesse sítio e que te explicam que o que tu pensas não é estúpido e ainda te dizem como tens que sair.
De facto, aprendi mais sobre as pessoas em dois anos que durante a minha vida toda. Aprendi que antiguidade nunca será um posto. Aprendi que haverá sempre mais e mais espaço. Aprendi que porque fez sentido um dia não signifique que continuará a fazer. Aprendi que valemos por aquilo que somos e que não tememos ser, ainda que nos tivessem querido mudar.
Às vezes, as pessoas nem sabem o bem que nos fazem.

Página em branco

Começo a despedir-me deste ano com a leveza que ele merece. Começo a despedir-me cedo porque anseio pelo próximo. Não por convicção, mas por esperança. Pela esperança da página em branco.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Ou isto ou aquilo.

Ou Isto ou Aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.


Gosto deste poema da Cecília Meirelles. Eu sei que é para piquenos, mas os dilemas d'isto ou d'aquilo andam connosco a vida toda.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Entendeu?

Mau feitio não é personalidade forte. É só isso, mau feitio.
Dizer o que se pensa não é sinceridade, é má educação.
Repetir muito que somos uma coisa, serve para nos convencer mais a nós próprios que aos outros. E geralmente é mentira. Só se gabam virtudes. Ninguém passa a vida a repetir para o mundo inteiro que é muito estúpido.
Somos muito mais genuínos quando não temos nada a perder. Se tivermos que pagar contas cagamos para a genuinidade.
Cobramos aos outros aquilo que nem sempre conseguimos ser, mas vendo melhor, nós temos sempre desculpa.
Antiguidade não é um posto, mas é um modo da incompetência perdurar por muito mais tempo.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

...

Às vezes dou por mim a ver toda a gente a ir embora e pergunto-me, não raras vezes, se a minha felicidade não estará algures, noutro sítio qualquer. O que é certo é que vejo as pessoas mais queridas a saírem do país e tenho-me muitas vezes à espera de um telefonema que chega a milhares de quilómetros daqui para poder partilhar as minhas coisas. E gostava mesmo muito de às vezes poder partilhar estas coisas com um beijo e um abraço e cada vez mais isso me é impossível. E sei que à falta destas pessoas surgem sempre outras, que a vida é como um corpo humano, assim que uma veia se impossibilita, o sangue circula por outras veias. Sei disso tudo, mas também sei que a distância não vai permitir aquela partilha sentida das maiores emoções e isso custa-me e é quando me custa que me dá vontade de partir de malas aviadas para um qualquer sítio e sei lá...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Não acredito nelas, mas lá que as há, há...

Nova kampanja vjenčanica Envy Rooma!


O que era suposto acontecer:
Saí cedo do trabalho hoje. Pouco antes das 5 já estava a caminho e tinha tudo planeado: ir ao supermercado, chegar a casa, fazer scones, ler um bocado, e preparar trabalho para amanhã que hoje nem é muito. Simples, coisas simples.

O que aconteceu:
Saí cedo do trabalho. Pouco antes das 5 já estava a caminho do supermercado. Telefona-me um amigo a pedir um favor: para lhe ir buscar uma encomenda a um sítio perto de minha casa. Vou. Trato de tudo. Vou ao supermercado. Estou a sair do carro e dou de caras com uma senhora velha a meio metro de mim. Assusto-me porque não estava a contar. Diz ela: não se assuste cara linda não lhe vou fazer mal. Tudo bem, digo eu, precisa de alguma coisa? Não, diz ela, vinha aqui dizer-lhe que gostava de lhe ver a mão porque não tem tido muita sorte na vida sabe? E tem, há muito tempo uma pessoa com muita inveja que lhe traz essa má sorte. A menina está carregada de inveja. Posso dizer-lhe quem é? Não! Nem quero saber, digo-lhe eu já meio borrada pelas pernas abaixo a visualizar toda a gente à minha frente. Ela diz: tudo bem e vai à vida dela.

Fui ao supermercado com as pernas a tremer e pergunto ao segurança que estava a ver se ela diz isto a todas as pessoas. Não sei, diz ele, é a primeira vez que a vejo aqui.
Lá fui a pensar nisso o tempo todo, trouxe metade das coisas que precisava. Saí novamente, andei às voltas de carro. Lembrei-me que afinal não trouxe tudo. Voltei lá. Cheguei a casa às 7, já não fiz quase nada do que queria, mas ainda pus roupa a lavar e o jantar a fazer e cheira bem e tudo.

Não quero voltar a pensar no que a mulher me disse, mas já vou ali mudar o sal ao meu saco na entrada e benzer-me e acreditar (que acredito mesmo) que na minha vida não há nada para invejar, mas mesmo nada.
Pelo sim pelo não vou mas é fechar a matraca mais do que tenho feito até aqui.

Tenho ditto.

É isto é #3


Acho que hoje quando chegar a casa me vou dedicar a fazer uns destes. ;))))

Boring!


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Às vezes só me apetece dizer isto. Há gente que consegue ser tão, mas tão entediante. A conversa é uma chachada, o tom de voz monocórdico. Falam das unhas de gel e do livro que não conseguem passar da primeira página com o mesmo entusiasmo. Falam sobre o quotidiano e as cusquices que vão sabendo, falam dos preços e das compras do mês. Falam das programas de TV e criticam-nos avidamente. Falam das coisas conjugais quando não as escondem para não parecer mal.
Quando apanho gente assim só me vem à cabeça: blá blá bla wiskas saquetas, blá blá blá...

domingo, 18 de novembro de 2012

Eu nunca diria melhor

Acabei de ler este artigo num blog que leio há algum tempo e nunca na vida diria melhor que esta senhora. Podia alongar-me aqui sobre esta questão, mas depois de ler o que li, já pouco me resta a dizer.
Desculpem-me qualquer coisinha se ainda vivo sozinha e se ainda não procriei e tão pouco me vesti de noiva. Desculpem-me se os meus problemas não passam por discussões conjugais nem tampos de sanita levantados. Desculpem-me se estou lixada com um problema pessoal e ainda assim durmo a noite inteira. Desculpem lá qualquer coisinha se não vos acompanhei num percurso de vida tão igual ao vosso. Um dia lá chegarei e talvez aí sim, seja uma gaja sensível.


sábado, 17 de novembro de 2012

É isto é

Tenho sonhos para cumprir e já vou atrasada. Licença, quero passar...

Frases feitas que espremidas são uma merda #2

Toda a gente sabe o quanto eu gosto de frases feitas, de clichés e de argumentos mais gastos que solas de sapato.
Pois bem, não satisfeita com as frases que já conheço, dei no outro dia com um site de clichés. Parece até que há um livro dedicado a clichés. Já me fartei de rir com o site que até divide os clichés em categorias, para que o utilizador possa usar e abusar nas mais diversas situações.
Vou aqui partilhar uma das categorias e à medida que for tendo paciência, vou publicando as outras categorias. A primeira categoria que aqui vou explorar é para quando alguém fez uma coisa realmente estúpida. Cá vão os tesourinhos:

I just followed my intuition:
Pois ao que parece essa coisa da intuição é o que é, uma intuição. Salvo as excepções em que nos tornamos videntes não vale a pena puxar pela intuição, sobretudo se ela já nos tramou muitas vezes.

It will be good for something:
Este é para os optimistas. Mesmo aqueles que já todos esfrangalhados continuam a ver o ponto positivo, onde às vezes ele já nem existe. É bom vermos o ponto positivo, mas às vezes há que reconhecer que fizemos uma grande merda.

I am looking for something, this is my way to find it:
Pois essa tua maneira não resulta ok? Não é bonito, não vale a pena. Já se sabe que cada um é como cada qual, mas não dá tabém? Faz ao modo de outra pessoa.

I always do things like this:
Lá diz o ditado, quem erra à primeira, quem erra à segunda, quem erra à terceira...

Nobody is perfect:
Mas há uns mais perfeitos que outros...

...but my intention was good:
De boas intenções está o inferno cheio. Num ééé??


Doing stupid things is my way of making my life interesting:
Ahahahhaha. Quanto mais coisas estúpidas eu faço, mas interessante eu sou! E esta, hein?

Everybody has the right to make mistakes:
Esta serve para aqueles que argumentam que errar é humanos, logo quanto mais eu errar, mas humano sou..

Tomorrow, no one will remember:
De todo! Amanhã, quando o sol nascer já ninguém se lembra que erraste, logo já ninguém se lembra que és humano!

It happens to the best:
E aos piores também... sucessivamente!

The devil made me do it:
Este é irmão daquele que argumenta que errar é humano, mas pôr a culpa nos outros é coisa de sábio. Há sempre alguém culpado, excepto o próprio. 


Usem e abusem destes tesourinhos. E façam coisas estúpidas à vontade ;)))

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Gosto #4

Da minha capacidade de fazer conversa de ocasião durante o tempo que for necessário, para não ter que tocar em qualquer assunto da minha vida. E resulta.

Amor a crédito, com plafond esgotado

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Não há nada, ultimamente, mais parecido ao músculo que guardo dentro do peito que um cartão de crédito. Usei e abusei do plafond. Fodi o crédito todo. Ainda pago os juros. Mas gastei tudo, tudinho. Não há mais nada para gastar e duvido que haja. O pior é que gastei o plafond todinho numa compra que não me serve para absolutamente nada.

Critica, mas pouco tabém?

Pasmo-me muitas vezes com a dificuldade que as pessoas têm de lidar com as críticas, mesmo com as menos construtivas. Não estou a falar de insultos nem de más educações gratuitas aos outros por que acho que a liberdade de expressão não se estende a verborreia estéril.
Mas não são assim tão raras as vezes que vejo que sempre que alguém critica alguma coisa é porque tem inveja, não tem vida própria, é estúpido e acéfalo, é inferior, tem complexos. No fundo é um esterco em forma de gente que ousa discordar ou criticar alguma coisa. Então a liberdade de expressão só se aplica a alguns? Ou só àqueles que concordam com tudo o que se diz?
Eu sou muito apologista de quem não fala não se entala e sou pouco a favor da crítica pela crítica, mas cansam-me estes argumentos que os outros são uma cambada de anormais só e apenas porque não concordam e, pasme-se, até dizem e escrevem o que pensam.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Amanhã logo se vê

Fritou-se-me o cérebro, congelou-se-me o coração. Não é de hoje. Vem acontecendo. Não faço puto de ideia como vou acordar amanhã. Se conseguir escrever um post será um bom sinal. Pelo menos que ainda reconheço o abecedário.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Dos dilemas da solteirice #3

Percebermos se quando nos convidam para jantar ou para um qualquer programa, estamos metidas num 'date' ou se é só um jantar porque sim.
Já me aconteceu estar a jantar muito bem com certa pessoa, as coisas corriam normalmente, sem grandes faíscas nem grandes aspirações, mas ok, à vista do que se encontra hoje em dia estava tudo bem e o restaurante era bom.
Saímos para um copo e eis que sentada num daqueles bancos do bar me começa a falar na namorada. Eu ia caindo para trás e ele pergunta se está tudo bem. E claro que sim, que está tudo bem, disfarcei o melhor que pude e claro que não há problema no facto de ele ser comprometido, afinal era só um jantar entre dois nem-chegámos-a-ser amigos.
Hoje só me dá para rir e quando esporadicamente o encontro percebo de imediato porque é que as coisas foram como foram. E sorrio e agradeço.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Dos nomes que nos chamam

Há nomes que nos chamam que ficam na história d'agente. Quando me mudei para esta casa tive dias e dias a empacotar tudo, livros, roupa, acessórios, dvd's, enfim, tudo o que faz parte da minha vida. Tenho uma amiga que todos os dias me perguntava se os caixotes estavam cheios. Às tantas começou a apelidar-me de caixotinho. Perdura até hoje. Sempre que fala comigo pergunta: caixotinho tás aí? Saudades tuas caixotinho!
É a coisa mais parva que já me chamaram e também a mais carinhosa. Caixotinho é muito bom!

Who?

O que me preocupa mesmo não é quando me apetece gritar muito com alguém. O que me preocupa mesmo não é quando fico chateada por tudo e por nada. O que me preocupa mesmo não é quando acordo de manhã com uma cabeça de 20 quilos e tenho que ir trabalhar. O que me preocupa mesmo não é quando eu já não suporto ver uma pessoa à frente. O que me preocupa mesmo não é quando fico à espera da próxima canelada. O que me preocupa mesmo não é sentir-me angustiada com o que quer que seja. O que realmente me preocupa é quando tudo isso deixa de me interessar e esse tudo me é completa e totalmente indiferente. Sei que estou a atravessar um caminho sem volta. Isso é que me preocupa.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Opinião

Ler um mau blog ou ver um programa de TV muito ranhoso é como ver um filme de terror com as mãos à frente da cara e com os dedos entreabertos. Nós sabemos ao que vamos, fazemos um esforço para não ver, mas não conseguimos deixar de o fazer. Chega a ser bom de tão mau. E sobrepõe-se à vontade humana.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

And the winner is...

Podemos sofrer de amores, podemos ter a alma corroída,  podem chover canivetes, podemos ter um dia de cão no trabalho, podemos sentir as pernas tremer de cansaço, desde que no final do dia haja um abraço de amizade. E quando se escuta: ainda bem que existes tu, o dia fica ganho e sai vencedor.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O que fica por entender, fica por entender

Temo, às vezes, não conseguir dizer às pessoas tudo aquilo que eu acho que elas precisam de ouvir, ou melhor, tudo aquilo que eu necessitava de dizer. Não é que vá mudar alguma coisa, mas acho que desta forma ficaria entendido porque é que as coisas não voltam a ser como dantes. E que já não eram como dantes há muito tempo, mesmo antes de o 'antes' existir. E hoje entendo que não foi por causa de uma gota de água num copo vazio, mas foi uma gota de água num copo cheio. O problema é que eu nunca dei pelo copo encher, ignorei aquele som irritante da pinga a cair sobre a água. Um dia quando transbordou eu achei que a culpa toda tinha sido dessa maldita gota que, era tão grande, que fez o copo entornar. Com o tempo percebemos que o copo vinha enchendo e eu ignorando e que só à luz da distância consegui entender o que optara por não entender. Portanto onde não havia tempo nem espaço, agora há muito mais tempo e muito mais espaço, mas a uma distância considerável. E à luz desta distância haverá sempre espaço para uma conversa, longa até, mas onde já não se diz quase nada, pelo menos nada que me venha no coração.

Maria Nabiça, tudo o que vê, tudo cobiça

A vida alheia sempre foi uma coisa fascinante porque é ela que determina se a nossa vida está ou não está boa. Passo a explicar: as coisas só podem ser classificadas e adjectivadas quando comparadas. Existe o gordo porque existe o magro, existe o rico porque existe o pobre, existe o preto por que existe o branco e por aí adiante. Ora a vida pessoal de cada um torna-se boa ou má consoante a comparação que fazemos com a do vizinho.
Este fenómeno tinha passado despercebido até ao momento que criaram o facebook e toda a gente, exagerando o estado da sua vida, publica tudo. E só consigo explicar o sucesso da rede social pelo interesse abismal que se tem pela vida alheia. Tudo é importante saber e constatar. Mesmo as mensagens que se querem subliminares acabam por vestir o carapuço de alguém. A familiaridade é tão grande que já se detecta pelo dito e pelo não dito a vida das pessoas. Pelas músicas, pelas frases, pelas fotos (muitas delas uma pirosada), pelo estado civil, pelas reticências, por tudo. E por nada. Mesmo os silêncios são interpretados - Está tudo bem? Andas desaparecida...
O facto é que o facebook está cheio de 'marias nabiças - tudo o que vês, tudo cobiças'. E nem foi por este motivo que me separei (embora não me tenha divorciado ainda porque apesar de ser um casamento por conveniência, ainda preciso daquilo), porque há muito pouco da minha vida que mereça ser cobiçado. Simplesmente acho que tudo aquilo me parece uma feira de vaidades, muitas delas sem qualquer fundamento nem pingo de verdade. Que seja!

domingo, 4 de novembro de 2012

Quando bancamos a otária

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Bancamos a otária quando estamos assistir, em primeira fila, a uma situação e esfregamos os olhos vezes sem conta para nos certificarmos de que estamos a ver bem. E esfregamos e esfregamos e continuamos a ficar incrédulas com a situação. Então perguntamos à pessoa do lado se está a ver o mesmo que nós. E a pessoa diz que sim e que até vê mais qualquer coisa que nós não atingimos. E nós mantemos a nossa incredulidade porque achamos que não merecemos, que não fizemos nada de mais para estarmos naquele papel, mas o que é certo é que somos as protagonistas da bela peça de teatro. E depois, como não temos o síndroma do condutor em sentido contrário perguntamos, mas que merda fiz eu desta vez? Onde errei? E percebemos que se calhar não erramos assim tanto, mas não abrimos os olhos em tempo útil.
E depois sacudimos a poeira, levantamos da primeira fila, batemos com a porta e esperamos calmamente pelo dia da paga. E no dia em que ele chegar nós rimos bem alto e batemos as palmas que não tivemos tempo de bater quando a peça acabou.

Para ti, sabes do que falo...


Queria escrever um post de domingo e nem sei que diga

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Sweet, sweet domingo, 

Gosto muito de ti, sobretudo porque só apareces uma vez por semana. Eu sei que tu serves para nos lembrar que vai entrar mais uma semana de trabalho, que o descanso que é bom se esgota em dois dias, que tu existes só para que nós possamos não fazer nada e ficar a apreciar-te. Mas eu não gosto de ti, porque tudo em ti é domingo. É dia que nos faz ficar introspectivos, que não nos apetece reagir. É dia que nem sempre passam filmes bons na televisão, é dia chato e morno. É dia que curamos os estragos do teu antecessor, é dia de fazer bolos e engordar no sofá. É dia disso tudo e eu não gosto. Mas tranquilo, um dia havemos de fazer as pazes e eu retirarei o que disse, mas hoje ainda não é o dia. 
Mas olha, dás-me tempo para vir escrever posts que nem me lembraria de escrever se tu não existisses.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Não gosto

De gente estúpida. Não tolero sequer, nem disfarço o meu humor quando ouço gente a abrir a boca para dizer coisas estúpidas. Diz que é genético e que herdei do meu pai.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O síndroma do condutor em sentido contrário

Conta a anedota que um condutor entra em sentido contrário na auto-estrada e ouve na rádio a locutora a dizer que está um condutor em sentido contrário. Ele, muito espantado argumenta: um? andam todos!

Aplico esta anedota a todas aquelas pessoas que não conseguem olhar para si próprias e analisarem se o problema pode ou não ser delas. Este tipo de pessoas, quando se encontra numa fase negativa, assume sempre que a culpa é de alguém: dos pais, dos irmãos, da família  dos amigos, dos colegas, dos chefes, da sociedade. Mas nunca, nunca ponderam ter errado ou falhado em algum ponto do percurso.

E faz-me confusão. Pois se uma pessoas já se chateou com não sei quantas pessoas, já perdeu uma série de amigos, não consegue ter uma relação com ninguém, os colegas olham com desdém, a culpa será inteiramente dos outros e esta pessoa tem um azar do caraças?

Menos! Muito menos. Eu sei que dá trabalho olhar para nós e pensar o que é que nós também podemos ter feito para que isto aconteça, mas é um desafio que a longo prazo acaba por valer a pena. Afinal não somos perfeitos, mas ter a noção disso e saber onde exactamente não somos perfeitos é meio caminho andado para a perfeição.;)

Sweet November

Kláárlega =)...

É o último ano que Novembro começa com um feriado e este tem-me sabido pela vida. Dormi até o corpo achar que já não precisava. Arrumei a casa toda para poder receber amigos no sábado à noite e preparar uma feijoada daquelas.
E tudo muito tranquilo e pacífico e eis que há sempre algo, qualquer coisa que me tira desta paz de feriado e me faz apetecer descer à rua e comprar um maço de cigarros e fumá-los todos de seguida.
E eis que palavras como Não quero e vai-te foder passam a fazer parte do meu vocabulário como nunca julguei que fosse possível. E até estranho ter sido capaz de dizer isto e pior (melhor), assumir isto. De vez, para sempre! E hoje ainda vai fazer um bocadinho de mossa, mas amanhã já não e depois também não até que me seja completamente indiferente.
E até acho que um vai-te foder é meio caminho andado nisto da assertividade.