terça-feira, 31 de julho de 2012


Qualquer semelhança entre a minha chefe a gritar e uma matança de porco é pura coincidência.

Ou este verão serve para lhe aquecer o coração (vai uma expressão bonita para não tornar este blog uma ordinarice) ou o inverno vai ser de trovoada...

domingo, 29 de julho de 2012

Um dia de praia não é só um dia de praia


Um dia de praia não é só um dia de praia. Desengane-se quem acha que ir à praia é estender a toalha na areia, ir a banhos, botar o creme e apanhar sol. Ir à praia é todo um ritual a que respondem os fãs da areia. É antes um lugar de confraternização, de família, de namoro, de sedução, de passeio.
As famílias entram confiantes na praia, com os filhos pelas mãos, mais as cadeiras e os brinquedos. Escolhem um lugar sempre mais próximo da água para poderem controlar tanto as crias como a toalha. Escolhem um lugar em que não há qualquer problema em dividir com o vizinho do lado dois dedos de conversa e palmo e meio de tolha. As mães gritam aos filhos para lhes botarem o creme enquanto os pais abrem o chapéu de sol e o colocam na areia. Os restantes membros da família estendem toalhas e ligam o rádio para partilhar a música, raramente de boa qualidade, com os vizinhos do lado.
As conversas oscilam entre os ordenados cortados e o quão difícil de torna chegar à praia, 'derivado' do trânsito que é caótico. As mulheres conversam entre si sobre os quilos de celulite que ganharam este verão em virude de terem agora mais 'treuze' quilos. O ano passado não estavam assim, ora se estavam!
Os passeios são sempre à beira-mar. Se vão à praia em casais é fácil ver como se distribuem: as mulheres à frente a comandar o caminho, que se estende numa linha recta por vários quilómetros. Os homens vão atrás, conseguem controlar os rabos das suas senhoras e podem virar a cara quando passam uns rabos melhores que os das suas senhoras. 
Os que vão sozinhos debatem-se com o creme protector que não conseguem colocar nas costas todas e que acabam mais vermelhos nessa zona do que em qualquer outra. Leem o que podem e trouxeram e  vão a banhos se não desconfiarem que o vizinho do lado lhes possa meter a mão à bolsa.
Os mais novos alternam os banhos de mar com os jogos de bola e raquetes. Elas, mais que eles estendem-se na toalha e orientam-na na direcção do sol, para que o bronze seja uniforme.
No final, o ritual de saída é comum. Levanta-se a tralha toda e faz-se a chamada dos piquenos entre gritos e ralhates que podem variar entre o 'vamos embora já' ou o 'vien ici mediatamente'.
Bota-se a tralha as costas, sacodem-se pés, calçam-se os chinelos e partem, para no dia seguinte o ritual de repetir, sem grandes variações e oscilações.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Literatura de Virãaao



Chega a esta altura das férias grandes e a maioria, grande maioria das pessoas compromete-se a ler mais qualquer coisinha que não seja a Dica da Semana, ou o Destak, distribuído gratuitamente um pouco por todo o lado e que serve para nos inteirarmos do mundo enquanto entramos no Campo Grande para sair nos Anjos.
Ora, as leituras de verão podem equiparar-se quase, quase aos amores de verão. Depois de lermos podemos enterrar na areia. É que as leituras de verão (benvindas sois) são boas para se ler sem se pensar muito; servem para serem folheadas com os dedos gordurosos da bola de Berlim que acabámos de comprar na praia, servem para lermos só partes dos capítulos, porque retomar no capítulo seguinte não traz grande diferença  ao enredo, serve para sonharmos um bocadinho com as histórias e romances de cordel, com as personagens construídas sem grande sustento. Serve para isso, porque afinal estamos de férias. Um bom livro requer que o tempo gasto seja precioso, que a atenção seja desperdiçada a imaginar o cenário completo. Merece que não consigamos parar de ler até o cansaço nos vencer.
Para os dias de praia, de piscina, de campo e 'barbecus', cai sempre bem as histórias feministas da Margaridinha, em que os homens, no seu melhor, são um traste; os romances traduzidos que têm por base um amor impossível, o namorado da amiga, a viúva infeliz, o bombeiro salvador, o príncipe encantado, etc, etc, etc que são capazes de fazer chorar as pedras da calçada, mas que se depressa passa porque é tempo de ir dar um mergulho e de pôr a febra na brasa.
De qualquer modo, e como defensora dos livros (mais ou menos pobres, ou mais ou menos ricos, dependendo da perspectiva) fico sempre contente quando sei que se lê qualquer coisa por aí.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

É um sinal





Diz-lhe ele na fase em que ela ascendia a actriz: falta-te uma coisa. E pega num lápis de maquilhagem e faz-lhe o sinal por cima do lábio.
Tivesse eu o talento e faltava-me só isso para a carreira de artista. O sinal já cá canta, é meu e verdadeiro desde sempre. E pensar que quando era miúda era algo que me transtornava. Não gostava deste sinal até me aperceber que dá um toque de charme e uma imagem de marca (quase) única. ;)


Sei que estou a ficar 'insana' quando...

procuro todos os sites de astrologia para consultar o meu signo e ver se ainda vai mudar alguma coisa este ano..
A cerejinha no topo do bolo é ter um dia de folga a meio da semana. Como tal, e porque o trabalho não é tudo, vesti o biquíni e passei a manhã na praia. esteve uma manhã perfeita. Calor, mas não abrasador, vento quase nenhum, praia com pouca gente. Revigorante no mínimo!
Agora agarrada de novo ao trabalho, porque uma folga não significa necessariamente descanso. Espera-me uma tarde com muito trabalho. De resto, amanhã já é quinta feira e as minhas férias estão quase à porta.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Estou cansada, porra!

Estou cansada porra! Muito cansada! E não, não passa apenas com noites de sono. Estou tão cansada que nem consigo escrever um post que valha a pena, nem um blog que valha a pena.

O que é doce nunca amargou

O que é doce nunca amargou, ouviste? Mesmo que quisesses não amargavas!

Lugares comuns

Não gosto de clichés e quem me conhece sabe disso. Mas gosto daquele que diz que a vida dá muitas voltas. Gosto mesmo. Nasce em mim a esperança que com tanta volta as coisas encaixem precisamente no lugar onde têm que ser encaixadas. Que as injustiças se tornem mais justas, que os castigos possam ser aplicados, que a felicidade seja conquistada. Mesmo que isso leve o seu tempo e todas as voltas que forem necessárias.
A vida dá muitas voltas e eu... gosto disso!

domingo, 22 de julho de 2012

Hoje não me apetece escrever nada de especial, ou tão pouco escrever. Depois de ter recebido mais uma daquelas notícias ou informações que aparecem como facadinhas no ego, resta pouco a dizer. É só mais uma. Já me vou habituando a este registo. Só me posso focar no que me diz a minha amiga A. sobre a valorização pessoal e o quanto temos que nos estimar.
Amanhã é outro dia...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Me, me, me, me... You



Acho que nunca formalizei aqui a minha aversão a pessoa egoístas e egocêntricas que, assim como assim, são quase a mesma coisa. E o que é facto é que me tenho apercebido que as pessoas estão cada vez mais assim. Centram-se nas suas vidas e nos seus desejos e se isso de alguma forma interfere com a vida dos outros... paciência para os outros; ainda que os outros sejam pessoas de trazer por casa, amigos, colegas, com quem até tínhamos (ou julgávamos ter) alguma relação próxima. Gostam tanto mais deles e daquilo que os faz feliz que os outros servirão sempre para lhes fazer o jeitinho. São bons para fases más, de carência, de solidão, mas já não são bons para o resto. Os interesses serão sempre os deles e os pontos de vista também. Estão a fazer por eles - argumentam!
Os anos vão passando e quando avalio as pessoas que, por minha opção, saíram da minha vida ou que se mantêm mas com um tipo de relação muito diferente, têm, ou tiveram em comum o facto de acharem que o sol nasce porque elas existem.
Gostam delas e admiram-se tanto ou tão pouco que reforçam constantemente os seus desejos e afirmações, numa óptica do salve-se quem puder. Mas sempre de uma forma tão subtil e encantadoramente preocupada que por momentos até achamos que se importam connosco. Enfim... deixem lá o sol brilhar sobre eles que eu tenho mais o que fazer!

Decidam-se, que o São Pedro já anda baralhado

Ou bem que querem verão e calor ou bem que não querem. Chega-se a Julho e toda a gente se queixa que o verão não chega, que está frio e ventoso. Vai de modos que o São Pedro dá o jeitinho à coisa e sobe as temperaturas. Mas assim também não está bom. Está muito calor e ninguém aguenta. É que não corre uma brisa. Vai daí e o são Pedro manda um ventinho. Mas também não está bom porque agora ninguém consegue estar na praia. Se calhar uma chuvinha não era má porque os incêndios estão à porta e a seca também. Se chove vai dar cabo das culturas, mas se não chove não há água. O melhor mesmo é explicar muito bem ao Santíssimo São Pedro o que querem porque acho que ele ainda não entendeu bem os reais desejos dos portugueses.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Facto


Diz que sim, que as mulheres são más umas para as outras. Piores que os homens. São mesquinhas e rancorosas e vaidosas e picuinhas e discutem por tudo e por nada. E opinam demais e falam nas costas e são cínicas. E são invejosas e vestem-se umas para as outras.
 Agora, se uma das variáveis desta equação for magra e gira, calculem o resultado ao quadrado!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ora pois

O problema de eu ser tão boa, tão magnífica, tão esplenderosa, tão espectacular, tão tudo... é que ninguém usa para não gastar.

domingo, 15 de julho de 2012

A liberdade de expressão aliada às novas tecnologias gera um casamento quase pornográfico! Às vezes chega a dar dó...

Sei o que fiz o verão passado e repetia




Não gosto de domingos e tu também não. Saímos de fim-de-semana no sábado de manhã num daqueles fins de semana de Setembro em que ainda faz calor, mas as praias já denunciam o regresso ao trabalho da maioria das pessoas. O sul, esse sul que tanto gosto não parecia o mesmo. Até tu ponderaste ficar por lá mais tempo e manter o apartamento. Pudemos jantar na varanda, à vontade, porque ainda não fazia frio.
Acordámos no domingo à hora que nos apeteceu. Despachamos as coisas e seguimos para cima, traçando o caminho por toda a costa alentejana. Parámos nas praias que nos apeteceu, descobrimos praias novas, deixámos todas as roupas e preconceitos na areia e curtimos aquele domingo como se ele não fosse domingo. Acabámos a tarde a petiscar umas ameijoas à bolhão pato regadas com aquela sangria de frutos vermelhos que tão depressa não esqueço. Pegámos no carro e estacionámos de novo só para ver o sol pôr-se. Só parámos em Lisboa, cansados.
Hoje lembro-me deste dia e de como não importava de repeti-lo este verão. Tirava-lhe o romantismo do verão passado, porque esse ficou lá, mas repetia tudo.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Às vezes

Às vezes, não raras vezes, quando falam bem de mim e me elogiam eu acho que sou um embuste.
Às vezes, não raras vezes, quando me dizem que gostam de mim, pergunto-me porquê.
Às vezes, não raras vezes, olho para a frente e tenho medo do que vejo.
Às vezes, não raras vezes, olho para trás e acho que podia ter feito tudo diferente.
Às vezes, não raras vezes, arrependo-me das coisas que digo e arrependo-me mais das coisas que deixei de dizer.
Às vezes, não raras vezes, acordo como se tivesse deixado tudo por fazer.
Às vezes, não raras vezes, olho para o espelho e não sei quem vejo.
Às vezes, não raras vezes, tenho saudades de mim.
Às vezes, não raras vezes, continuo a sair de casa como se nada disto me importasse. E acabo por acreditar que se calhar não importa mesmo.

Dos dias que até perdemos um minuto para sair bem de casa



Após ter escrito o último post achei que havia de chegar o dia em que, talvez, sei lá, fosse melhor perder uns minutos comigo. E hoje, tive que me levantar mais cedo da cama duas horas, pois iam cortar a água no prédio e o meu banho matinal é sagrado. Lá fui a dormir para o banho e já cheirosa e fresca deito-me de novo porque ainda era muito cedo. E quando acordo, já de banho tomado, visto-me, seco o cabelo, passo um blush e um rímel e lá vou eu, linda e maravilhosa e confiante.
Se hoje encontrar alguém muito importante não tenho nada que me envergonhe. E acreditem, que o dia nos corre assim, muito melhor. Enfrentar um dia de trabalho, quase no final de uma semana, com boa cara é outra coisa!

Dos dias em que mais valia termos perdido um minuto a encontrar algo melhor

E aqueles dias em que saímos à rua por breves momentos, só para ir ali ao supermercado ou deitar o lixo fora, e decidimos vestir a primeira porcaria que nos aparece à frente e  rezamos a todos os santinhos e santinhas para que ninguém nos veja e encontramos alguém conhecido e ficamos tão constrangidos que só nos apetece fugir?
Pois que isso acontece-me com alguma frequência e mesmo assim não aprendo. Já apanhei vizinhos no elevador quando estou de pijama e meia branca. Já encontrei gente no supermercado quando estou com roupa de sair por casa, enfim... às vezes dou meia volta e finjo que não vejo, mas outras é impossível.
Saísse eu de casa todos os dias a pensar que ia encontrar a pessoa mais importante deste mundo e se calhar tinha mais cuidado. Ou fosse a minha vida um filme e eu, mesmo mal vestida e despenteada, ficava sempre linda e maravilhosa e ninguém reparava porque até no meu pior eu seria magnifica.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Not so sad

E pronto, acabei de ler no Público que afinal os Florence + the Machine cancelaram o concerto no Optimus Alive. Já não fico tão triste de não ir ao festival. Agora fico só meio triste por não ir ver The Cure. Mas só meio triste.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Férias, ou chegam depressa ou eu não respondo por mim


Já conto os dias para começarem as férias. O corpo já se ressente, a cabeça já não trabalha como deve ser. Esqueço-me do portátil no café e só reparo nisso quando chego ao trabalho (felizmente já me conhecem no café e guardaram-mo), pago uma conta importante e ando há duas horas à procura do recibo (que já me convenci que devo tê-lo perdido), acordo cheia de sono, ando com um mau feitio do caraças. Não me perguntem muitas coisas nestes dias, não me respondam mal, não me peçam demasiadas coisas, olhem finjam que eu não estou aí ok?

segunda-feira, 9 de julho de 2012







E é quando estou calminha do meu coração e da minha cabeça que me sinto verdadeiramente feliz. E é exactamente nisto que apostei: acordar todos os dias em paz!

Dos bloqueios mentais




Parei um bocado de trabalhar para aqui vir escrever qualquer coisa. Já não escrevo há alguns dias e este espaço está a ficar um bocadinho solitário, mas varreu-se-me a inspiração para alguma lado onde ainda não a consegui resgatar. Cada vez que tento escrever alguma coisa, por mais simplória que seja, não sai nada. Agora arrisquei, porque venho acelerada de escrever actas e mails de trabalho e aulas teóricas e tudo o mais.
É certo que o mês de Julho é o mais cansativo de todos porque já lá vai um ano que não tiro férias e tudo o que se faz neste mês sai a um ritmo muito inferior do que o que seria desejado. De qualquer modo deixo aqui um sinal aos meus pouquissimos leitores de que estou viva, sobretudo para que as minhas amigas que estão longe e sempre podem ir tendo uma confirmação que estou viva. Sobretudo para a minha amiga K. que diz que é apanhada de vez em quando a rir quando lê as coisas que escrevo. E de certo modo entende-se porque para além de ler, consegue imaginar na perfeição o modo como eu as diria.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Strangers

Tornamo-nos estranhos para alguém quando nos perguntam como estamos e a resposta é sempre: tudo bem. Tornamo-nos estranhos para alguém quando deixamos de contar coisas nossas, mesmo quando não se passa nada e mesmo quando se passa tudo. Tornamo-nos estranhos para alguém quando as coisas que temos que fazer se sobrepõem às coisas que gostaríamos de fazer. Tornamo-nos estranhos para alguém quando descobrimos que já tínhamos sido estranhos, mas não queríamos acreditar nisso.

Sai este post assim de repente porque hoje também não me sai da cabeça a música dos Doors.

People are strange when you're a stranger 
Faces look ugly when you're alone 
Women seem wicked when you're unwanted 
Streets are uneven when you're down 

Percebemos que os valores estão alterados quando...

se passa uma hora de reunião a tentar arranjar um esquema para que o menino que não fez um cu o ano inteiro possa ter um plano de recuperação e uma segunda oportunidade e não se perde 5 minutos a falar do aluno que fez tudo bem, esforçou-se, e passou com distinção!

Dos dias de descanso



Se há coisas que não me saem da cabeça é uma praia na costa alentejana, umas ameijoas à bulhão pato, uma noite quente de verão, turismo rural, dois ou três livros para ler e um caderno em branco para escrever. Preciso mesmo de arranjar um plano e fazer isso sob pena de comprometer a minha sanidade mental.

domingo, 1 de julho de 2012

Home sweet home



Está quase a fazer dois anos que me mudei para esta casa. Esta casa, que não sendo minha porque apostei no arrendamento ao invés da compra, sinto-a como se fosse minha. É desde então o meu porto de abrigo. Construí-a muito lentamente porque o processo foi individual. Trouxe o que pude da minha anterior casa e tudo o resto fui comprando, devagar e à medida dos meus gostos e opções. Hoje é o meu porto de abrigo, o sitio onde me sinto realmente bem. Uma casa que é mesmo uma casa. A minha casa.
Assim que entrei nela, gostei. Não é luxuosa e nem tão pouco grande. Mas gostei do espaço e gostei de saber a história a que esta casa já tinha assistido. E pelas boas energias que ela emanava optei por ficar com ela.
Hoje é aqui que me sinto bem. Sinto que este sítio testemunha muito do que eu sou e do que acredito. Testemunha as pessoas de quem eu gosto porque a porta abre-se mais vezes para estas do que para quaisquer outras pessoas. Testemunha os meus estados de espírito, as minhas alegrias, as minhas ansiedades, as minhas tristezas. Testemunha os meus gostos, o que eu gosto de ler e que filmes gosto de assistir. Testemunha a partilha e o convívio. Testemunha o carinho com que algumas amigas me trataram aquando da minha mudança. Testemunha os meus amores e desamores. Testemunha as pessoas que fazem parte da minha vida e testemunha as que não continuarão a fazer parte dela. Testemunha os meus vícios e a minha preguicite aguda. Testemunha um pouco daquilo que eu sou enquanto cá estou.
Se esta casa falasse teria mais para contar do que eu. Porque ela assiste a tudo na primeira fila. E retém, nas suas paredes todas as lembranças. Já eu, deixo pela metade aquilo que quero lembrar. Tento guardar as coisas melhores e mais positivas que já vivi deste que aqui estou e às outras hei-de lembrar-me que antes de escancarar a porta é melhor deixá-la entreaberta e abri-la com muita precaução. Porque afinal não é só uma porta de casa que se abre, mas é a porta da nossa vida que se abre em simultâneo. E ao contrário da porta de casa, esta última é bem mais difícil de fechar.

Meio ano já lá foi

E agora que passam alguns minutos da meia noite, e agora que passam uns minutos do primeiro semestre do ano, é hora de fazer um balanço. Um balanço deste ano. Deste ano que iniciou e redobrou as minhas esperanças que tudo iria ser diferente. Que seria um ano em grande cheio de coisas boas.
Este ano que me viu fazer 30 anos, este ano que me levou o meu avô, este ano que me obrigou a apertar o cinto porque o trabalho abrandou, este ano em que salvo estas coisas sobra nada. Nada.
Vem aí mais um semestre e caros leitores cá estamos para ver no que vai dar!