terça-feira, 9 de abril de 2013

Cada peru a seu Natal

Vive-se numa bolha, numa redoma, num circulo fechado de interesses pessoais. Vive-se tão pequeno, onde só se chega ao que os olhos alcançam. Vive-se num perfeito, mas fingido isolamento, em que o umbigo se torna o centro do universo (do deles, mas eles acham que pode ser o centro do mundo todo, porque os olhos deles só alcançam o umbigo deles e por consequência o umbigo deles passa a ser o umbigo do mundo).
Vive-se numa falsa cordialidade com o vizinho do lado, com as pessoas pobres, com os seres carentes. Dá-se, sem qualquer modéstia uma palmadinha nas costas e lamenta-se muito. Lamenta-se sempre que está pior. Afinal, com a dor de corno dos outros eu aguento bem. Não se aguenta é com a própria dor de corno. E aí, aí sim faz-se alguma coisa para mudar, para tentar ser diferente, para encetar uma nova forma de luta! Desenganem-se! Não se faz nada! A luta esgota-se naquilo que as pessoas umbiguistas têm a ousadia de fazer: conversas de café, treinamentos de bancada, culambismo sem precedentes. Afinal é o seu umbigo que têm que proteger. Não se importam de dar o cu todos os dias da sua vida. Não podem nunca é dar a cara. Isso seria ousadia a mais!
A este tipo de gente, a estas pessoinhas (que até o inhas parece grande demais) guardo-lhes a fé que chegue o seu Natal e que sejam o peru mais recheado!

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